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15/10/2005 - 08h30

Iraquianos vão às urnas votar em referendo sobre Constituição

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da Folha Online

Mais de 15 milhões de iraquianos devem ir às urnas neste sábado para votar no referendo sobre a nova Constituição iraquiana --escrita pelos parlamentares eleitos em janeiro passado-- sob um forte esquema de segurança. Civis estão proibidos de portar armas, postos de fronteira e aeroportos foram fechados, e o trânsito de automóveis entre as Províncias iraquianas também não é permitido.

Uma bomba de estrada explodiu na manhã deste sábado próxima a um centro de votação ao oeste de Bagdá, deixando um policial ferido. O ataque ocorreu pouco após a abertura dos centros de votação.

A Constituição iraquiana é o primeiro documento em décadas que permite a criação de um governo legítimo no Iraque.

De acordo com a lei iraquiana, para que a Constituição não seja adotada, deve haver rejeição em, no mínimo, três Províncias diferentes, por dois terços do total de iraquianos aptos a votar. Os sunitas --grupo iraquiano que mais se apõe à Constituição-- são maioria em quatro das 18 Províncias iraquianas. O documento é aprovado por maioria simples.

Os diversos serviços de segurança iraquianos, apoiados pelos soldados da força multinacional, essencialmente americanos, estão de prontidão diante dos locais de votação para evitar atentados.

Segundo a Comissão Eleitoral iraquiana, os eleitores registrados, de ambos os sexos e maiores de 18 anos, poderão depositar seu voto em alguma das 31.809 urnas instaladas nos 6.235 colégios eleitorais situados nas 18 Províncias do país, que estarão abertos entre as 7h (1h de Brasília) e as 17h (11h de Brasília).

De acordo com membros da comissão eleitoral, é possível que o horário de votação seja prorrogado, como aconteceu nas eleições parlamentares ocorridas em janeiro passado, caso ocorram incidentes violentos ou cidadãos que desejem votar e não tenham tido tempo de fazê-lo.

Questão

Nas urnas, a questão que os iraquianos terão que responder é: "Está de acordo com a minuta da Constituição iraquiana?". As cédulas estão escritas em árabe e curdo. A Comissão Eleitoral disse "esperar" oferecer os resultados da consulta até o fim desta semana.

Nos dias antes do referendo a missão da ONU (Organização das Nações Unidas) no Iraque distribuiu mais de 5 milhões de cópias da Constituição: 3 milhões delas em árabe, 1 milhão em curdo e o resto em turcomano.

O texto foi criado e aprovado pelas duas maiores bancadas do Parlamento iraquiano --xiitas e curdos-- e rejeitada pelos sunitas, minoria no governo, e também entre a população iraquiana: cerca de 20% seguem essa orientação religiosa, número bem inferior aos xiitas, que constituem cerca de 60%.

O texto, que começa com a frase "Nós, os filhos da Mesopotâmia", descreve o Iraque como um Estado federal --ponto que se tornou a principal divergência entre sunitas de um lado, e xiitas e curdos, de outro.

Líderes xiitas e curdos, marginalizados durante o regime do ditador Saddam Hussein, derrubado do poder em 2003, desejam uma autonomia no sul e norte do país, onde se concentram as reservas petrolíferas.

Líderes sunitas dizem que o novo texto divide o Iraque em três grandes distritos: os curdos ficam com o norte, os xiitas com o sul --duas regiões com grande produção de petróleo-- e os sunitas com o centro e o oeste.

O federalismo foi o principal motivo, embora não o único, apresentado pela maioria dos grupos da comunidade árabe sunita para rejeitar a Constituição.

Mas autoridades iraquianas consideram fundamental a participação dessa comunidade no futuro político do país já que estimam que seu envolvimento nas instituições pode ser um grande passo para acabar com a violência.

Com agências internacionais

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