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26/05/2006
-
03h36
da Folha Online
da Efe, em Sidney
O governo do Timor Leste ordenou a seu Exército que volte aos quartéis nos arredores da capital, Dili, enquanto as forças australianas tomam o controle da cidade. Há suspeita de que o Exército esteja por trás de ataques contra famílias ocorridos nos últimos dias.
O ministro de Relações Exteriores do Timor, José Ramos Horta, espera que no fim de semana as partes em conflito --o Exército e os soldados rebeldes-- se sentem para negociar, segundo informou a rádio australiana ABC.
Na quinta-feira (25), aconteceu o mais sangrento dos incidentes registrados nas últimas semanas desde o início da rebelião de quase 600 ex-soldados expulsos do Exército timorense.
Pelo menos 12 policiais morreram baleados por soldados timorenses que pensavam estar atirando em rebeldes. A informação é de fontes oficiais em Dili citadas pela imprensa australiana.
Violência
As vítimas da onda de violência no país cresceram com a trágica morte de seis membros de uma família no incêndio da sua casa, em Dili, perto do aeroporto. Várias casas foram incendiadas no bairro de Delta-Comoro, antes da chegada da missão avançada das tropas australianas.
Os corpos de uma mulher com um bebê e mais quatro filhos adolescentes foram descobertos hoje, carbonizados, no interior da casa destruída pelo fogo.
"Vi fumaça saindo da casa, que queimou durante três horas. Tínhamos muito medo de ir ver. Outras pessoas fugiram de suas casas em pânico", disse um vizinho, que pediu não ser identificado, segundo o "Sydney Morning Herald".
Ele disse que não sabia que facção tinha incendiado as casas, mas afirmou que as vítimas eram parentes do ministro do Interior, Rogério Lobato.
Várias famílias atacadas na onda de violência dos últimos dias podem ser ligadas à polícia do país. Há especulações de que os autores dos ataques não são os ex-militares rebeldes que originaram a onda de violência, e sim soldados do Exército.
A australiana Kirsty Sword Gusmão, mulher do presidente Xanana Gusmão, disse à rádio ABC, da Austrália, que a posição do Exército timorense não é clara. "Parece que estão atacando as famílias de oficiais da polícia. Foi o que me disseram", afirmou.
Força australiana
Segundo o ministro da Defesa da Austrália, Brendan Nelson, 350 soldados australianos já se encontram em Dili. A força vai chegar a 1.300 homens até o fim de semana.
Aviões Hércules estabeleceram uma ponte aérea entre a cidade australiana de Darwin e Dili para transportar as forças enviadas ao Timor em resposta ao pedido de ajuda urgente do Governo.
Comandos australianos já ocupam a estrada que vai do aeroporto a Dili para garantir a segurança dos aviões.
Já chegou o primeiro vôo da Malásia, outro país que se comprometeu a enviar ajuda militar para restabelecer a calma e a ordem. Também deverão chegar nos próximos dias tropas da Nova Zelândia e de Portugal.
O Timor Leste, um pequeno Estado independente que há quatro anos é incapaz de restabelecer a ordem em seu território, se viu obrigado a pedir ajuda às tropas estrangeiras.
Escalada
Os distúrbios são os mais sérios desde que o país se tornou independente da Indonésia, em 1999, em uma onda de violência que só teve fim com a chegada de uma missão de paz internacional liderada pela Austrália.
Após os fim dos 24 anos de ocupação indonésia, a ONU administrou o país pelos três anos seguintes. Em 2002, o Timor Leste tornou-se um Estado soberano.
Os mais recentes confrontos tiveram início em março último, quando cerca de 600 soldados --que representam 40% das forças armadas do país-- foram demitidos após entrarem em greve para protestar por melhores condições nas forças armadas.
Parte dos soldados deixou a capital e se estabeleceu nas montanhas da região, ameaçando iniciar uma guerrilha caso não fossem readmitidos no Exército.
O caos que se instalou no Timor Leste fez com que o governo pedisse o auxílio de outros países.
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da Efe, em Sidney
O governo do Timor Leste ordenou a seu Exército que volte aos quartéis nos arredores da capital, Dili, enquanto as forças australianas tomam o controle da cidade. Há suspeita de que o Exército esteja por trás de ataques contra famílias ocorridos nos últimos dias.
O ministro de Relações Exteriores do Timor, José Ramos Horta, espera que no fim de semana as partes em conflito --o Exército e os soldados rebeldes-- se sentem para negociar, segundo informou a rádio australiana ABC.
Na quinta-feira (25), aconteceu o mais sangrento dos incidentes registrados nas últimas semanas desde o início da rebelião de quase 600 ex-soldados expulsos do Exército timorense.
Pelo menos 12 policiais morreram baleados por soldados timorenses que pensavam estar atirando em rebeldes. A informação é de fontes oficiais em Dili citadas pela imprensa australiana.
Violência
As vítimas da onda de violência no país cresceram com a trágica morte de seis membros de uma família no incêndio da sua casa, em Dili, perto do aeroporto. Várias casas foram incendiadas no bairro de Delta-Comoro, antes da chegada da missão avançada das tropas australianas.
Os corpos de uma mulher com um bebê e mais quatro filhos adolescentes foram descobertos hoje, carbonizados, no interior da casa destruída pelo fogo.
"Vi fumaça saindo da casa, que queimou durante três horas. Tínhamos muito medo de ir ver. Outras pessoas fugiram de suas casas em pânico", disse um vizinho, que pediu não ser identificado, segundo o "Sydney Morning Herald".
Ele disse que não sabia que facção tinha incendiado as casas, mas afirmou que as vítimas eram parentes do ministro do Interior, Rogério Lobato.
Várias famílias atacadas na onda de violência dos últimos dias podem ser ligadas à polícia do país. Há especulações de que os autores dos ataques não são os ex-militares rebeldes que originaram a onda de violência, e sim soldados do Exército.
A australiana Kirsty Sword Gusmão, mulher do presidente Xanana Gusmão, disse à rádio ABC, da Austrália, que a posição do Exército timorense não é clara. "Parece que estão atacando as famílias de oficiais da polícia. Foi o que me disseram", afirmou.
Força australiana
Segundo o ministro da Defesa da Austrália, Brendan Nelson, 350 soldados australianos já se encontram em Dili. A força vai chegar a 1.300 homens até o fim de semana.
Aviões Hércules estabeleceram uma ponte aérea entre a cidade australiana de Darwin e Dili para transportar as forças enviadas ao Timor em resposta ao pedido de ajuda urgente do Governo.
Comandos australianos já ocupam a estrada que vai do aeroporto a Dili para garantir a segurança dos aviões.
Já chegou o primeiro vôo da Malásia, outro país que se comprometeu a enviar ajuda militar para restabelecer a calma e a ordem. Também deverão chegar nos próximos dias tropas da Nova Zelândia e de Portugal.
O Timor Leste, um pequeno Estado independente que há quatro anos é incapaz de restabelecer a ordem em seu território, se viu obrigado a pedir ajuda às tropas estrangeiras.
Escalada
Os distúrbios são os mais sérios desde que o país se tornou independente da Indonésia, em 1999, em uma onda de violência que só teve fim com a chegada de uma missão de paz internacional liderada pela Austrália.
Após os fim dos 24 anos de ocupação indonésia, a ONU administrou o país pelos três anos seguintes. Em 2002, o Timor Leste tornou-se um Estado soberano.
Os mais recentes confrontos tiveram início em março último, quando cerca de 600 soldados --que representam 40% das forças armadas do país-- foram demitidos após entrarem em greve para protestar por melhores condições nas forças armadas.
Parte dos soldados deixou a capital e se estabeleceu nas montanhas da região, ameaçando iniciar uma guerrilha caso não fossem readmitidos no Exército.
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