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20/11/2000
-
16h36
correspondente da Folha de S.Paulo em Paris
Você já deve ter ouvido falar que Paris é uma festa. E que a cidade não pára, que o vinho é bom e barato e que os DJs, mesmo desconhecidos, são o máximo.
Tudo isso é verdade se você entrar no espírito dos descolados da cidade e sair à procura das boas festas.
Aqui o mote "o artista tem de ir aonde o povo está" não cola. Em Paris, é o povo que segue o artista, ou melhor, o DJ.
Ou seja, não dá para sair de casa para a balada sem dar uma olhada na Internet ou no jornal. Só assim você fica sabendo que DJ vai tocar e onde. E, se o cara for bom, atrai um povo bom também.
Na Web, endereços como o da revista de cultura alternativa "Les Inrockuptibles" (www.lesinrocks.com) ou o do guia "Pariscope" (www.pariscope.fr) têm o caminho quente dos pick-ups.
Então, a sua festa pode acontecer numa boate mesmo, como a simpática Rex, numa casa de shows, como o Elyseé Montmartre -que na semana passada teve Fatboy Slim- ou ainda num barco sobre o rio Sena, o ótimo Batofar.
Na semana passada, o barco-clube promoveu a semana "Le(s) Nord(s)" (os nórdicos), que teve como atrações DJs e bandas de música eletrônica da Islândia, Noruega e Finlândia.
Enquanto você assistia a algum doidão islandês fazendo tecno com um violoncelo, podia pedir uma taça de vinho razoável por R$ 3.
Mas, fora do circuito de festas, Paris pode ser um verdadeiro "carão". Na boate Man Ray, por exemplo, supostamente uma das mais chiques da cidade, ainda impera o hábito cafona da "door policy".
Ou seja, você só entra se conhecer a hostess, uma senhora de tailleur com maquiagem até no cabelo. Mesmo que a dona vá com a sua cara, você ainda vai "morrer" em R$ 35 só de entrada. E, uma vez lá dentro, vai se acotovelar com toneladas de mauricinhos que pagam R$ 15 por uma latinha de cerveja. Não dá.
A noite itinerante de Paris começou com a festa "Respect Is Burning", que rolava às quartas-feiras em lugares diferentes da cidade. Nomes como Dimitri from Paris, Alex Gopher, Daft Punk e Etienne de Crécy eram alguns dos DJs estrelados.
A "Respect Is Burning" pegou tanto que seus DJs começaram a fazer sucesso no mundo inteiro, gravaram discos próprios e espalharam a fama do "french touch" ("toque francês") mundo afora, um som que mistura linhas de baixo hipnotizantes com a batida house.
Pena para os seguidores parisienses que a festa deixou de ser semanal em 1999. Hoje, a "Respect Is Burning" acontece uma vez por mês. Pode ser em Nova York, Londres ou Tóquio. A última foi dia 4 de novembro, na Twilo, de Nova York, com o Dimitri from Paris.
* Texto publicado no caderno Folhateen, da Folha de S.Paulo, em 20/11/2000
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Paris tem baladas itinerantes
CLAUDIA ASSEF *correspondente da Folha de S.Paulo em Paris
Você já deve ter ouvido falar que Paris é uma festa. E que a cidade não pára, que o vinho é bom e barato e que os DJs, mesmo desconhecidos, são o máximo.
Tudo isso é verdade se você entrar no espírito dos descolados da cidade e sair à procura das boas festas.
Aqui o mote "o artista tem de ir aonde o povo está" não cola. Em Paris, é o povo que segue o artista, ou melhor, o DJ.
Ou seja, não dá para sair de casa para a balada sem dar uma olhada na Internet ou no jornal. Só assim você fica sabendo que DJ vai tocar e onde. E, se o cara for bom, atrai um povo bom também.
Na Web, endereços como o da revista de cultura alternativa "Les Inrockuptibles" (www.lesinrocks.com) ou o do guia "Pariscope" (www.pariscope.fr) têm o caminho quente dos pick-ups.
Então, a sua festa pode acontecer numa boate mesmo, como a simpática Rex, numa casa de shows, como o Elyseé Montmartre -que na semana passada teve Fatboy Slim- ou ainda num barco sobre o rio Sena, o ótimo Batofar.
Na semana passada, o barco-clube promoveu a semana "Le(s) Nord(s)" (os nórdicos), que teve como atrações DJs e bandas de música eletrônica da Islândia, Noruega e Finlândia.
Enquanto você assistia a algum doidão islandês fazendo tecno com um violoncelo, podia pedir uma taça de vinho razoável por R$ 3.
Mas, fora do circuito de festas, Paris pode ser um verdadeiro "carão". Na boate Man Ray, por exemplo, supostamente uma das mais chiques da cidade, ainda impera o hábito cafona da "door policy".
Ou seja, você só entra se conhecer a hostess, uma senhora de tailleur com maquiagem até no cabelo. Mesmo que a dona vá com a sua cara, você ainda vai "morrer" em R$ 35 só de entrada. E, uma vez lá dentro, vai se acotovelar com toneladas de mauricinhos que pagam R$ 15 por uma latinha de cerveja. Não dá.
A noite itinerante de Paris começou com a festa "Respect Is Burning", que rolava às quartas-feiras em lugares diferentes da cidade. Nomes como Dimitri from Paris, Alex Gopher, Daft Punk e Etienne de Crécy eram alguns dos DJs estrelados.
A "Respect Is Burning" pegou tanto que seus DJs começaram a fazer sucesso no mundo inteiro, gravaram discos próprios e espalharam a fama do "french touch" ("toque francês") mundo afora, um som que mistura linhas de baixo hipnotizantes com a batida house.
Pena para os seguidores parisienses que a festa deixou de ser semanal em 1999. Hoje, a "Respect Is Burning" acontece uma vez por mês. Pode ser em Nova York, Londres ou Tóquio. A última foi dia 4 de novembro, na Twilo, de Nova York, com o Dimitri from Paris.
* Texto publicado no caderno Folhateen, da Folha de S.Paulo, em 20/11/2000
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