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Mostra revê altos e baixos da carreira do 'maldito' Leos Carax

Ciclo na Cinemateca traz quatro filmes do polêmico diretor francês

CÁSSIO STARLING CARLOS CRÍTICO DA FOLHA

Os que adoram e os que consideram uma tortura as pequenas histórias sem começo e fim de "Holy Motors" têm de hoje a domingo oportunidade de averiguar se o cineasta francês Leos Carax é mesmo um grande talento ou não passa de mais um embuste da crítica.

Quatro títulos da curtíssima filmografia do diretor ganham ciclo na Cinemateca e permitem avaliar uma trajetória que, desde a aparição de Carax, há quase 30 anos, foi coberta de entusiasmos e raros questionamentos.

O ciclo na Cinemateca só não inclui "Pola X", longa de 1999 considerado o título que enterrou definitivamente a carreira de um artista que pretendeu demais e que se queimou rápido demais também.

De 1984 a 1991, ele dirigiu três longas, ascendeu ao altar da cinefilia, alçado por textos apaixonados, como os da revista "Cahiers du Cinéma", e em seguida, tornado maldito, se eclipsou.

O primeiro longa, "Boy Meets Girl" (1984), chamou a atenção com a mistura de referências e a fotografia em preto e branco granulada em que Paris perde a aparência de cartão postal e reveste-se de mistérios.

A mistura de romantismo melancólico, elementos policiais e um toque de irrealismo na imagem provoca impacto ainda maior em "Sangue Ruim".

Em 1986, a estetização do cinema (ou maneirismo) já se tornara uma tendência adorada por uma parcela do público e odiada pela crítica mais rigorosa, que identificava naquilo apenas maquiagem.

Àquela altura, o cinema de Carax era posto no mesmo balaio em que os títulos assinados por Jean-Jacques Beineix e Luc Besson, jovens diretores franceses da época que emplacaram com filmes cobertos de glacê visual.

"Os Amantes da Pont-Neuf", de 1991, transforma Carax em artista maldito, devido a uma produção turbulenta, com orçamento inflado e prazos estourados. Ao fim da imensa expectativa, a grandiloquência soou "menor".

Rever ou conhecer estes títulos ajuda também a identificar parte do trabalho de recriação que faz de "Holy Motors" um filme feito por e para quem ama o cinema.


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