Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Foco
O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
Um dos primeiros arranha-céus do continente é tombado no Rio
ITALO NOGUEIRA DO RIOO Conselho Consultivo do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional) decidiu ontem tombar o edifício A Noite, considerado por alguns pesquisadores o primeiro arranha-céu da América Latina.
A decisão deve acelerar a reforma do prédio, instalado na praça Mauá, centro do Rio, foco das obras de revitalização da região portuária.
O Iphan, porém, esquivou-se da polêmica sobre o pioneirismo da construção. O A Noite disputa com o edifício Martinelli, no centro de São Paulo, o título de primeiro arranha-céu do continente.
O instituto considera como data da conclusão do A Noite 7 de setembro de 1929. Naquele dia, o prédio atingiu os 102 metros de altura.
Não há uma data exata sobre a inauguração do paulistano Martinelli, mas sabe-se que ocorreu no mesmo ano, quando alcançou os 130 metros -considerando o palacete no topo do prédio.
Segundo o Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico de São Paulo), o Martinelli foi aberto antes de 3 de setembro de 1929, data de inauguração do Cine Rosário, que funcionou no prédio. Mas a obra do Martinelli só foi concluída totalmente em 1934.
No parecer de tombamento, o Iphan cita três pesquisadores que abordaram a disputa. Dois dão vantagem ao carioca A Noite, contra um que confere o caráter de pioneirismo ao Martinelli.
Além da importância arquitetônica, o A Noite marca a história cultural do país. Lá, ficavam os estúdios da Rádio Nacional.
Projetado pelos arquitetos francês Joseph Gire e brasileiro Emilio Bahiana em estilo art déco -sob encomenda do jornal "A Noite", que instalou ali sua sede e lhe emprestou o nome- o prédio foi erguido em concreto armado e hoje está degradado.