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Opinião

Não é para qualquer um domar um animal selvagem

BARBARA GANCIA COLUNISTA DA FOLHA

Talvez só as respeitabilíssimas "Horse & Hound" e "House & Garden" sejam consideradas publicações mais sóbrias ainda do que a revista "Car & Driver", dedicada --o nome diz tudo-- ao automobilismo.

Pois quando uma revista tão discreta descreve um automóvel como "a coisa mais próxima que o homem jamais criou de um animal selvagem"; quando chama sua versão Spider (o modelo descapotável) de "topless" e alega que, ao reduzir a marcha, o motor parece gritar "F...-se!", vale prestar atenção nos testes que descrevem a Ferrari 458 Berlinetta como um dos carros mais perfeitos que um cidadão sem habilitação de piloto profissional possa pilotar em via pública.

Quem se importa em desembolsar R$ 2,1 milhões por um dos objetos de desejo mais cobiçados do planeta?

Quem se importa de desembolsar quase R$ 2.000 a cada tanque de gasolina especial (de avião) ou pagar um IPVA que equivale quase ao preço de um apartamento para sentar o bumbum na camurça do assento de um carro da marca que consagrou Ascari, Fangio, Lauda e Schumacher?

Na terça, na fábrica da Ferrari, em Maranello, ouvi do presidente da empresa, Luca di Montezemolo, que a Ferrari é como uma bela mulher, que seduz e depois deixa a pessoa esperando (a entrega do carro chega a demorar meses).

No caso do "corredor mascarado", que sumiu na madrugada após bater uma 458 Spider na marginal, pode-se argumentar que ele foi seduzido e tomou uma rasteira.

Afinal, não é para qualquer um domar os 570/hp do motor V-8 de 4,5 litros "da coisa mais próxima que o homem já criou de um animal selvagem".


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