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Baixada Santista tem recorde de dengue

Total de casos supera o de 2010, até então o pior ano; das 9 cidades da região, Santos tem situação mais delicada

No Estado, ao menos 63 cidades já atingiram níveis epidêmicos; incidência do vírus tipo 4 é principal fator

FÁBIO MENDES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM SANTOS

A Baixada Santista bateu o recorde histórico de casos de dengue neste ano, segundo dados das prefeituras. No Estado, ao menos 63 cidades já atingiram níveis epidêmicos.

A Baixada registrou 25,8 mil pessoas infectadas do início de 2013 até segunda-feira, atingindo o maior número desde 1990, quando começou o controle estatístico local.

O quadro supera 2010, até então o pior ano, com 25,3 mil casos e 71 mortes --projeções da Fundação Seade apontam que a população das nove cidades teria crescido 3% de 2010 até 2013: de 1,66 milhão para 1,71 milhão.

Os dados apontam a incidência do vírus tipo 4 como principal fator para a epidemia. Ele não é o mais agressivo, mas preocupa porque, como é mais recente, boa parte da população não tem imunidade contra esse vírus.

Até anteontem, haviam sido confirmadas 11 mortes: cinco em Santos, três em Cubatão, duas em São Vicente e uma em Guarujá. Outros cinco casos aguardam confirmação.

Sete das nove cidades da região sofrem com a epidemia: Santos, São Vicente, Praia Grande, Cubatão, Guarujá, Bertioga e Peruíbe. Mongaguá e Itanhaém mantêm índice menor de infecção. Santos é a em situação mais delicada.

Além do surgimento do vírus 4, o clima também é apontado como outro fator. "Santos é uma cidade muito quente e muito úmida. Isso facilita a proliferação dos vetores", diz o infectologista Marcos Montani Caseiro, da Secretaria de Saúde de Santos.

O total de casos na Baixada representa boa parte das 42,4 mil ocorrências no Estado, mas a comparação é delicada, pois prefeitura e governo usam metodologias diferentes.

Nos municípios, diante de epidemias, casos suspeitos são contados como confirmados. Já o Estado adota confirmação laboratorial.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, São Paulo registrou 12 mortes até 4 de abril. As mortes ocorreram nas cidades de Bauru, Presidente Prudente, Sorocaba, São José do Rio Preto, Taubaté, Registro e na Baixada Santista.

No interior paulista, a situação mais crítica está no corredor formado por Ribeirão Preto, Barretos e São José do Rio Preto, que contabiliza 25 mil casos.

Em Ribeirão Preto, que contabilizou 9.642 casos de dengue de janeiro a abril, a situação é tão grave que o frei Mauro Luiz de Oliveira, da paróquia Santo Antônio Maria Claret, celebrou uma missa às pessoas contaminadas.

"Estou preocupado. Das cerca de mil pessoas que estavam na paróquia, 400 levantaram quando eu questionei quantos haviam sido picadas pelo mosquito."

Sete pessoas morreram por dengue em São José do Rio Preto nos últimos dois meses --média de uma morte a cada 9,7 dias de março a maio.

Para o infectologista da Unifesp Paulo Olzon, uma vacina será a solução para o combate à dengue. "É difícil resolver o problema em um clima tropical. O Aedes aegypti é um mosquito de hábitos urbanos porque precisa de sangue para proliferar."


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