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Alckmin quer cobrar prejuízos de 'vândalos'

Governador afirma que polícia vai identificar responsáveis por depredações ocorridas durante manifestação

Movimento Passe Livre é monitorado pela PM; segundo coronel, manifestantes não ficarão mais 'à vontade'

GRACILIANO ROCHA EM PARIS ANDRÉ MONTEIRO GIBA BERGAMIM JR. DE SÃO PAULO

Em Paris, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) condenaram as depredações ocorridas durante o protesto contra o aumento da tarifa do transporte, organizado pelo Movimento Passe Livre.

O governador chamou de "baderneiros" e "vândalos" os manifestantes que incendiaram ônibus e prometeu identificar os responsáveis e fazê-los pagar pelos prejuízos.

"A polícia vai responsabilizar e exigir o ressarcimento de patrimônio destruído, seja ele público, seja ele privado. Isso extrapola o direito de expressão. Isso é absoluta violência, vandalismo, baderna e é inaceitável", disse Alckmin.

O governador, o prefeito e o vice-presidente Michel Temer (PMDB) participaram, ontem, em Paris, da apresentação da candidatura de São Paulo para sediar a Expo 2020.

Haddad também culpou os manifestantes. "Quando a manifestação já se diluía, é que começa uma ação de outra natureza, não mais associada à liberdade de se expressar, mas depredar, intimidar e provocar os tumultos."

Os manifestantes, porém, dizem que as ações violentas partiram dos policiais e apenas reagiram às agressões.

Hoje, às 17h, uma nova manifestação está marcada na região central e a Polícia Militar promete ser mais dura para reprimir vandalismos.

A corporação afirma que, ao contrário do que diz ter feito nas últimas manifestações, não irá relevar nem atos isolados de depredação.

O comandante das operações policiais na região central, tenente-coronel Marcelo Pignatari, diz que a PM não vai deixar os manifestantes "à vontade pela cidade".

"Vamos agir para evitar qualquer tipo de ação que quebre a ordem, que rompa os limites legais", disse.

Anteontem, 400 policiais acompanharam os manifestantes. Para hoje o efetivo foi reforçado até com policiais da Tropa de Choque, para evitar que grupos se dispersem por muitas ruas do centro.

A PM monitora, há pelo menos quatro anos, o Movimento pelo Passe Livre. As ações nas redes sociais e as assembleias do grupo são monitoradas. "É tudo feito dentro da lei. É acompanhamento, não espionagem", afirmou o vereador Coronel Camilo (PSD), ex-comandante-geral da PM.

Além disso, as manifestações também são filmadas.

CRISE PELO IPHONE

Enquanto o protesto começava anteontem em São Paulo, com um fuso de cinco horas de diferença, Alckmin e Haddad saíam um jantar com o embaixador José Maurício Bustani em Paris.

Os dois passaram boa parte da madrugada monitorando o que se passava no Brasil.

No hotel, Haddad assistia ao protesto em tempo real por seu iPhone graças a um aplicativo que lhe permite acessar imagens ao vivo de câmeras da prefeitura.

Um motolink percorria a região do protesto para captar e transmitir as imagens para a sala de situação da prefeitura, simultaneamente acessadas pelo prefeito. Pelo telefone, ele conversava com a vice Nádia Campeão que gerenciava a crise na cidade.

Durante o protesto (já madrugada em Paris), Alckmin conversou com os secretários Fernando Grella (Segurança Pública) e Edson Aparecido (Casa Civil) para se inteirar dos acontecimentos.

INTELIGÊNCIA

Com receio de que a onda de violentos protestos se alastre para as sedes da Copa das Confederações, o governo federal acionou seus órgãos de inteligência e de segurança.

"Temos informações diárias para ter conhecimento dos fatos e nos anteciparmos", diz José Monteiro, diretor de operações da Secretaria Extraordinária de Segurança para os Grandes Eventos.

Segundo ele, os riscos existem, mas "são baixos" para todas as seis cidades sedes.

Além da Abin, a Polícia Federal também foi acionada.

O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), potencial candidato ao governo de São Paulo, classificou de "absurdo" os atos de vandalismo e em série nas ruas de São Paulo.

A presidente Dilma Rousseff pediu para apurar se trata de um caso isolado ou se o movimento tem força para avançar nas cidades-sede da Copa das Confederações.


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