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Análise

Maior equívoco da crítica foi rotulá-lo como 'regionalista'

RAIMUNDO CARRERO ESPECIAL PARA A FOLHA

Um escritor disciplinado, carismático e visionário. Embora respeitado e, não raro, amado, às vezes era chamado de radical e tradicionalista, rotulado de folclorista e regionalista, num dos mais extraordinários equívocos da crítica cultural brasileira.

Na verdade, Ariano Villar Suassuna nunca foi regionalista, tradicionalista ou folclorista. Apenas usava os elementos da cultura nordestina para refletir sobre o fenômeno humano considerando os emblemas, os símbolos e as metáforas regionais.

O assassinato do pai se tornaria a fonte mais vigorosa da sua obra. Em tudo que escreveu, Ariano sempre via a sombra dramática, mesmo amada, do pai. Quase se pode dizer que escreveu para vingar a morte do dr. João, embora a palavra vingança seja muito forte para um cristão que rezava dois terços todos os dias em companhia da esposa, dona Zélia.

Para entender melhor o escritor, porém, é preciso ler o romance "O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão" (Editora José Olympio, 1994), seu trabalho mais autobiográfico, e onde desfilam os personagens que participariam da Revolução de 30, que teve no assassinato do pai do autor da "Pedra do Reino" uma das causas mais fortes.

Ariano começou escrevendo a tragédia "Uma Mulher Vestida de Sol" e só depois aderiu ao cômico, sobretudo em "Auto da Compadecida", de 1955, que lhe conferiu sucesso de público e de crítica. Assim, o "O Rei Degolado" oferece uma visão trágica do escritor paraibano e "Pedra do Reino" representa a vida cômica, risonha e picaresca da formação brasileira.


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