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Natal inspira encontros animados de 'pet terapia'

Bichos atuam em hospitais e escolas

JAIRO MARQUES ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS

Bhrayan dos Santos, 6, estava inquieto e correndo pelos cantos do Instituto Pró-visão de Campinas, onde faz acompanhamento devido à baixa capacidade visual, até a chegada ao local de uma trupe canina uniformizada e bem comportada. Em minutos interagindo com o trio, o garoto estava sereno.

Os cães Belly, Marley e Hanna, juntamente com outros 23 de raças diversas e profissionais como adestradores, psicólogos, pedagogos e voluntários, compõem um grupo que visita, todas as semanas, 12 instituições que aderiram à "pet terapia".

A iniciativa da Associação Brasileira de Terapia Assistida por Cães/Medicão tem feito tanto sucesso que, na última terça-feira, Hanna, uma golden de quatro anos, foi à Câmara Municipal campineira receber uma homenagem de honra ao mérito.

Nesta época, aumenta a demanda de presença da cachorrada "terapeuta" em casas de repouso, hospitais e em atividades com crianças.

O número de voluntários que quer ceder o tempo ou seus bichinhos à iniciativa também cresce, mas o processo de adesão é rigoroso.

O maltês Marley, 2, teve que provar que não reagiria a provocações como beliscões e puxadinhas no rabo. Não estranha pessoas desconhecidas, não late em trabalho e não lambe ninguém.

"Qualquer cão tem potencial para ser terapeuta, mas não admitimos raças de guarda porque provocam um impacto visual inicial que pode ser ruim, pode assustar, o que vai comprometer o trabalho", afirma o presidente da Medicão, Hélio Rovay Junior, que toca o projeto há 12 anos.

A atividade ainda não tem regulamentação e é pouco estudada no Brasil, mas é usada em larga escala na Europa e nos EUA.

Geralmente, a terapia assistida por cães é tocada por ONGs e entidades organizadas, que estão sujeitas à fiscalização de órgãos de saúde animal e humana.

Benedito Fortes de Arruda, presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, afirma que, como não tem comprovação científica, a técnica não é abonada pelo órgão. O Conselho Federal de Psicologia não se manifestou.

"É possível que haja resultados, mas é preciso comprová-los", afirmou Arruda.

A presença monitorada de cães ajudaria, segundo as organizações, a aumentar a interação e socialização de pessoas, além de ajudar crianças tímidas ou hiperativas.

"O cão interage com todos, não faz distinções de raça, de características físicas. Eles estão sempre dando amor", afirma Tatiana Aparecida de Oliveira, voluntária do projeto e dona de Marley.

Ela também teve de passar por testes, com um de equilíbrio emocional, para saber se poderia integrar o grupo.

A reportagem esteve em uma das sessões de terapia de cães, em uma escola para crianças cegas que, muitas vezes, nunca tiveram contato com animais.

Os bichos se mostraram dóceis e só reagiam aos agrados mais afoitos de crianças encantada pelos peludos com olhares bonachões.

"Adoro que eles venham aqui. Eles fazem o dia muito mais feliz", diz Kelly Cristina de Oliveira, 14, que é cega.

Todos os cães do projeto passam por treinamento.


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