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ONG cria 'app cidadão' para ajudar prefeituras

Iniciativas estão em cidades dos EUA

RAUL JUSTE LORES EM SAN FRANCISCO

Uma votação instantânea feita por torpedos enviados pelos celulares. Foi assim que a Prefeitura da Filadélfia quis engajar os moradores de uma área, perguntando se uma praça era boa para crianças e qual seria o melhor horário de funcionamento.

"Normalmente, as prefeituras fazem audiências públicas em horários difíceis, onde aparecem sempre as mesmas 20 pessoas, é algo caro de fazer e com retorno baixo", diz Jennifer Pahlka, criadora da ONG "Code for America" [crie códigos de software para a América]. "Nossa primeira pergunta do aplicativo 'Textizen' teve 750 respostas no primeiro dia."

O aplicativo já está sendo copiado por outras cidades -o compartilhamento sem cobrança de direitos autorais é marca da ONG.

A organização, criada em San Francisco em 2009, busca reduzir o atraso tecnológico das prefeituras americanas e engajar cidadãos apáticos na gestão de suas cidades.

Com patrocínio de gigantes como Google, Facebook e O'Reilly, paga bolsas a desenvolvedores que passam um ano inventando aplicativos, trabalhando dentro de prefeituras que também contribuem com a organização.

ESCOLAS E HOSPITAIS

A Prefeitura de Boston costumava publicar uma brochura de 28 páginas com as escolas públicas da cidade, dizendo onde o cidadão teria direito de matricular seus filhos, de acordo com a idade deles e a localização da família.

A ONG desenvolveu um aplicativo, usando mapas do Google, discoverbps.org, em que o usuário digita o endereço e as idades e a lista de escolas possíveis aparece imediatamente.

"Prefeituras não têm normalmente desenvolvedores de aplicativos e software, então um processo normal pode demorar até dois anos e custar cerca de US$ 2 milhões", explica.

Os bolsistas da ONG desenvolvem um aplicativo assim em cerca de dois meses.

Já os bolsistas em Detroit começaram a trabalhar com uma organização local que mapeava casas abandonadas, terrenos baldios e áreas com má iluminação. Enquanto a tabulação normalmente levava nove meses, o aplicativo -que permite que o usuário clique em um mapa para alimentar as informações- faz o resultado chegar em questão de horas.

Outras quatro cidades estão adotando o aplicativo, chamado de Localdata, que pode servir para mapear onde existem áreas verdes, escolas e hospitais.

DADOS ABERTOS

Jennifer Pahlka falou à Folha durante o encontro "Meeting of Minds" [encontro dos cérebros, em tradução livre], patrocinado pela Cisco. Ela acha que países como o Brasil têm muito a ganhar com os aplicativos.

"Os celulares estão se popularizando muito, e como fizemos no Textizen, alguns aplicativos podem ser usados com o aparelho mais simples", disse.

"Tudo é questão de quanto os governos estão dispostos a abrir seus dados. Eu luto por mais dados abertos. Se tivermos acesso a mapas, localização das escolas, percursos e horários dos ônibus, fica mais fácil para desenvolver bons aplicativos."


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