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Dulce Baptista das Neves Gonçalves Macrae (1920-2012)

Dolly, uma intérprete da Panair

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

Na casa de Dulce Baptista das Neves Gonçalves MacRae, em São Paulo, a primeira língua de seus quatro filhos foi o inglês. Alguns deles só aprenderam a falar português depois dos sete anos de idade.

Dolly, como era chamada, interessou-se cedo por idiomas, influenciada pelos pais, donos de construtora que dominavam bem outras línguas.

Nascida em Santos, mas crescida em São Paulo, acabou desistindo do curso de laboratorista na Escola Paulista de Medicina para ser intérprete da Panair. Falava inglês, francês, espanhol e alemão.

Seu trabalho consistia em recepcionar estrangeiros. Numa dessas, conheceu o escocês Alan MacRae, que, ao bater os olhos na intérprete, disse a um amigo que se casaria com ela. A união foi em 1945.

O marido era corretor de seguros, e Dolly deixou o emprego para cuidar dos filhos. Não parou, contudo, de estudar. Com mais de 60 anos, decidiu aprender japonês e fazia compras em feiras orientais para testar seus conhecimentos.

A filha Marina, que fala com sotaque e foi professora de letras na USP, conta que a mãe era brincalhona e adorada pelos amigos. Levada pelos filhos a conferências internacionais, conheceu países como Índia, Nepal, China e Japão.

Colecionava objetos inusitados, como chaves e ferros de passar, e até o fim da vida gostava de frequentar o forró da terceira idade no parque da Água Branca, na capital.

Ficou viúva em 1986 e perdeu um filho em 1990. Morreu no domingo (30), aos 92 anos, de complicações do parkinson e de uma pneumonia. Deixa um neto. A missa do sétimo dia será hoje, às 11h, na capela da PUC, em São Paulo.

coluna.obituario@uol.com.br


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