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Internação é só para casos graves, diz psiquiatra do HC

FÁBIO TAKAHASHI DE SÃO PAULO

Nem todos os dependentes que pedem internação devem ser internados, afirma o psiquiatra Arthur Guerra de Andrade, professor da Faculdade de Medicina da USP.

De acordo com ele, a internação é recomendada em casos específicos -quando o usuário de drogas está tendo alucinações, por exemplo. Nos demais casos, o ideal é que haja tratamento ambulatorial.

Abaixo, trechos da entrevista concedida pelo professor, que também é coordenador do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas.

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Folha - Acompanhamos o caso de um usuário que foi ao Cratod pedir para ser internado, mas não foi atendido. O procedimento foi correto?

Arthur Guerra de Andrade - Todos que procuram o Cratod querem ser internados, como se fosse uma ferramenta mágica. [Mas] Apenas os casos gravíssimos devem ser encaminhados para internação. Do contrário, não haveria leitos disponíveis.

Em geral, a recomendação é encaminhar para os Caps [centros de atenção psicossocial, de tratamento ambulatorial]. A política atual é de não haver uma internação em massa.

Acho preocupante a situação [do jovem que voltou à cracolândia], mas ele deve ter passado por avaliação médica e de diversos profissionais no Cratod. E não posso avaliar exatamente o caso concreto, porque não tenho detalhes sobre ele.

Quem deve ser internado?

Quando há uma dependência gravíssima, com alterações físicas. Se a pessoa está muito magra, desnutrida. Ou está passando por alucinações ou se prostituindo para comprar a droga.

Essa demanda por internações é sinal de que as outras possibilidades estão falhando? Qual sua avaliação sobre o trabalho dos Caps?

Pode ser sinal [de falha], mas não posso afirmar taxativamente. Há Caps que fazem ótimo trabalho, principalmente os Caps AD [especializados em álcool e drogas]. Outros, nem tanto.

Mas vivemos um momento único, em que talvez tenhamos de reavaliar políticas.

Veja, foi montada toda essa estrutura no Cratod para internar pessoas que, em tese, não queriam ser internadas.

Mas o que está ocorrendo é que aparecem diversas pessoas querendo ser internadas. Talvez tenhamos de avaliar se não devemos mesmo aumentar o número de leitos para internação.


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