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Frases e nomes estão entre desenhos mais pedidos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Aos 57 anos, a pediatra paulistana D'Eua de Mello decidiu fazer do corpo uma espécie de livro com experiências e gostos acumulados ao longo da vida. A primeira tatuagem apareceu há dez anos, depois de levar os filhos -que desejavam se tatuar- a um estúdio. Eles titubearam e foram se decidir pelos desenhos semanas mais tarde. A mãe, não: chegou, sentou e saiu tatuada. "Aos 47, você sabe o que quer da vida. Meus filhos acharam o máximo, até porque era algo que não estava na programação."

A primeira tatuagem foi o símbolo do mantra hindu "om", de 3 cm, na nuca. Depois vieram outros registros, maiores e mais evidentes. "É viciante. Para mim, isso é uma obra de arte." A escolha seguinte, três anos depois, foi gravar nas costas um símbolo de proteção da casa, retirado do feng shui.

Há três anos veio a terceira, em referência a "eles" -"Ba" e "Du", como ela chama os dois filhos. E, em dezembro passado, resolveu aumentar a homenagem e incrementar os arabescos do desenho, que agora se estende até o braço. "Não tenho mais nada discreto", brinca.

Ainda em dezembro, fez outro "presente", dessa vez para o marido, com quem está casada há mais de 30 anos. A ideia do desenho veio à cabeça subitamente, quando D'Eua escutava Ana Cañas cantando "La Vie en Rose". Não deu outra: a frase "C'est lui pour moi/ Moi pour lui dans la vie" (É ele para mim / Eu para ele, na vida) foi parar no ombro da paulistana.

O exemplo de D'Eua deixa evidente uma das tendências mais marcantes atualmente no universo da tatuagem: as escritas com nomes de pessoas amadas, um dos desenhos mais pedidos.

Mas, de acordo com tatuadores, não há denominador comum quanto à preferência dos mais velhos nos estúdios. A palavra "moda" não existe nessa equação, segundo Gustavo Silvano, da Pin Up Tattoo. "Os clientes com mais de 50 anos raramente pedem desenhos da moda, eles são mais específicos no que querem e têm mais facilidade em decidir qual desenho fazer."

E não parecem estar muito preocupados com o que os outros vão pensar. O administrador de empresas Luiz Fernando Bravin já se acostumou com os olhares de surpresa quando os amigos pescadores veem suas tatuagens.

"As pessoas estranham, acham que é coisa de velho maluco. Meus companheiros falam: 'Bravin, o que é isso?'. Aí eu digo: 'Ah, esse foi um peixe que eu pesquei ontem, e ele não quis mais largar de mim'", conta sobre o tucunaré que carrega nas costas.

A pediatra D'Eua diz que os desenhos na pele não a atrapalham em nenhum sentido, nem profissionalmente -pelo contrário, os pais dos pacientes até se sentem mais próximos, segundo ela.

DISFARCE

Além da vontade de refletir uma etapa de plenitude, para alguns a tatuagem também representa um desejo de cobrir cicatrizes e embelezar o corpo, iniciativa que a dermatologista Monica Carvalho considera interessante, especialmente nos casos de quem passou por cirurgias plásticas estéticas ou de redução de estômago.

Mas nem tudo é favorável na decisão de fazer a tatuagem. Por causa de doenças crônicas mais frequentes com o passar da idade -como diabetes e pressão alta-, o procedimento depois dos 50 anos requer alguns cuidados extras, segundo a dermatologista.


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