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Crítica - Drama

Estreia de escritor Cormac McCarthy como roteirista resulta em thriller vazio

ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Considerado um dos melhores escritores norte-americanos vivos, Cormac McCarthy fez sucesso no cinema com filmes adaptados de romances seus. Daí a grande expectativa gerada por este "O Conselheiro do Crime".

A história tem vários aspectos caros ao universo do escritor, como dilemas morais, violência, narrativa ágil e descrições cruas. Como nos romances, McCarthy mostra habilidade para manipular o suspense e instalar desconforto no espectador.

O conselheiro do título é um bem-sucedido advogado (Fassbender), que pretende se casar com Laura (Cruz). Ele se envolve com um cartel de traficantes mexicanos que distribui cocaína nos EUA para ganhar uma pequena fortuna.

Muito mais experientes no assunto, seus parceiros na empreitada --o fanfarrão Reiner (Bardem) e o enigmático Westray (Brad Pitt)-- o advertem sobre os riscos que corre, mas o conselheiro sempre afirma que pode pular fora do negócio assim que quiser.

Quem realmente dá as cartas nesse jogo é Malkina (Cameron Diaz), figura oposta a Laura. Ela é a típica mulher fatal: cheia de apetite sexual, age com frieza para conseguir o que quer.

Com essa galeria de tipos marcados pela cupidez e pela corrupção, McCarthy poderia ter ido mais fundo em um estudo sobre a ganância. Mas acabou escrevendo um thriller vazio, cheio de inverossimilhanças.

Nesse quesito, brilham a espantosa ingenuidade do advogado, que o coloca dentro de um pesadelo cujas consequências ele é incapaz de antever, o gritante descompasso entre a aparência fútil de Malkina e a perversidade de suas maquinações, e os inúmeros diálogos pouquíssimo convincentes sobre sexo ou decisões morais.


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