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Protestos e 'burrice' em redes sociais inspiram álbum dos Ratos de Porão

Em 'Século Sinistro', primeiro disco de inéditas desde 2006, banda retorna às letras de contestação

Com misto de punk, hardcore e metal, grupo de João Gordo fala de vícios digitais e declara apoio aos black blocs

THIAGO RAHAL MAURO DE SÃO PAULO

Os Ratos de Porão gravaram "Século Sinistro" com duas propostas iniciais: produzir um álbum mais pesado do que os anteriores e, ao mesmo tempo, retomar a sonoridade clássica do grupo.

Primeiro disco de inéditas desde "Homem, Inimigo do Homem", de 2006, o novo disco é um trabalho com influências do heavy metal além da já conhecida mistura de punk, hardcore e metal produzida pela banda. Gravado em São Paulo, o registro aborda temas como vícios digitais, corrupção na política, protestos e Copa do Mundo.

"Os Ratos sempre foram uma banda com letras de contestação social. Não seria agora que nós iríamos parar de escrever dessa maneira", diz o vocalista João Gordo, 50.

"A letra de Viciado Digital' fala sobre como as pessoas ficaram mais burras por causa das redes sociais. Suas vidas ficam expostas, e isso escancarou as mazelas da sociedade", afirma Gordo.

Neste ano, o grupo comemora 30 anos do disco "Crucificados pelo Sistema", seu primeiro registro de estúdio, lançado em 1984.

"Vamos lançar um DVD com um show completo do álbum e a formação original. Foi muito legal rever meus amigos e relembrar histórias que já tinha esquecido", diz Gordo. "Sem contar que foi legal voltar pra bateria, até criei umas bolhas na mão por causa disso", brinca o guitarrista Jão, que mudou de instrumento após gravar o álbum.

A história da banda é algo que deixa os músicos orgulhosos. Além de João Gordo e de Jão, completam o quarteto atualmente o baterista Boka e o baixista Juninho.

"O mais legal é ver uma pessoa da Polônia cantar Crucificados pelo Sistema' em português. Ter o respeito de dois mundos, tanto o do metal como o do hardcore, é algo para poucas bandas", diz Gordo.

MANIFESTAÇÕES

Os protestos que tomaram o país em junho de 2013 entraram na pauta do novo disco, em faixas como "Conflito Violento" e "Grande Bosta".

"Muitas pessoas vão falar que nós apoiamos os black blocs por causa da música e, na realidade, nós apoiamos mesmo. Os manifestantes iam protestar, e a polícia, sem mais nem menos, descia a porrada nas pessoas. Os black blocs nada mais são do que a reação dos manifestantes contra tudo isso", defende Gordo.

Apresentador de TV, João Gordo conta que a banda entende seus trabalhos paralelos, e que se não tivesse aceitado os projetos na televisão teria se arrependido.

Após 14 anos na MTV, Gordo foi para a Record em 2010, onde estreou no programa de Marcos Mion. "Tenho filhos, família para criar. Cheguei a ganhar R$ 40 mil por mês na Record e duvido que o punk que reclama disso, se tivesse a oportunidade que eu tive, não iria fazer a mesma coisa."


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