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Análise

Miragem recobre balança, e deficit ainda é um risco

RAQUEL LANDIM DE SÃO PAULO

As exportações brasileiras de manufaturados cresceram 18% em junho. O dado parece um oásis no meio de um deserto de boas notícias para a balança comercial.

De janeiro a junho, o país teve deficit de US$ 3 bilhões, o pior resultado desde 1995, auge da explosão de importações do Plano Real.

Alguns bancos saudaram o crescimento surpreendente das exportações de manufaturados como um sinal de melhora da balança.

Mas uma análise cuidadosa mostra que não passa de uma miragem. As vendas de manufaturados só cresceram por causa da exportação de uma plataforma de petróleo.

No mês passado, essa plataforma rendeu US$ 1,6 bilhão a mais para as exportações. Sem essa receita, as vendas externas de manufaturados teriam caído 5%.

O problema é que essa é uma exportação contábil, porque as plataformas não saem do país. São "exportadas" por fornecedores brasileiros para subsidiárias da Petrobras no exterior e internalizadas novamente como se estivessem sendo "alugadas" por meio do regime aduaneiro especial Repetro.

Não há nada de ilegal nisso, mas demonstra que não existe recuperação das exportações de manufaturados.

Vale ressaltar ainda que em junho foi "exportada" uma superplataforma, chamada P-63 Papa Terra. O valor dela é o triplo de outras plataformas de petróleo.

Sazonalmente, o segundo semestre é um período de exportações robustas, por causa da entrada da safra agrícola. Mas a queda dos preços das commodities, particularmente do minério de ferro, não permite otimismo. Ainda não está descartado deficit para a balança neste ano.


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