Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Mantega prevê 'calmaria' no mercado de câmbio

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

A previsão do Ministério da Fazenda é que o mercado de câmbio passe por um período de "calmaria" após a decisão de ontem do Fed (banco central dos EUA).

Na avaliação do ministro Guido Mantega, os sinais emitidos pelo presidente do Fed, Ben Bernanke, são de que os estímulos serão cortados mais lentamente do que se previa, o que causará menos estragos nos países emergentes, como o Brasil.

"Não vejo no horizonte um salto da economia americana. Ela está melhor, está crescendo, porém moderadamente. Portanto não se justifica a desativação desses estímulos", afirmou. "Que eles farão [a retirada dos impulsos], farão, mas muito gradualmente e isso tende a afetar pouco os emergentes".

Para Mantega, a economia mundial já se adaptou à mudança e à valorização global do dólar. "Se ele [o Fed] caminhar lentamente, não deverá criar sobressaltos".

Diante disso, o mercado de câmbio brasileiro está "caminhando para a tranquilidade", na opinião do ministro.

"A tendência é que haja uma calmaria neste mercado, o que vai beneficiar a realização dos negócios", disse, sem citar um patamar. "O que nos interessa é a estabilidade; R$ 2,45 era exagero e trazia inconveniências, que o dólar possa se estabilizar em um patamar mais adequado".

Um dos efeitos benéficos da trégua é uma pressão menor sobre a inflação num momento em que os preços começam a arrefecer no Brasil.

O dólar mais alto encarece produtos e insumos importados e pode atrapalhar os planos do governo, que conta com uma inflação menor no segundo semestre, possibilitando a volta do consumo e da confiança de empresários.

"É bom porque indica que a volatilidade pode estar se dissipando", afirmou. "Com a vantagem de que com um dólar menos valorizado temos uma pressão inflacionária menor".

Mantega disse que o cenário pode fazer com que o Banco Central diminua as intervenções no dólar. Ressalvou, porém, que a decisão é do BC. Desde agosto, a autoridade vem fazendo operações diárias equivalentes à venda de dólares no mercado futuro.

Segundo Mantega, o dispositivo foi acionado em função dos "exageros" no dólar. Ele ressaltou que o programa não é rígido e que há chance de o BC não usar todos os recursos que disponibilizou, US$ 60 bi até o fim do ano.

"Talvez não use, mas é importante que ele tenha o trunfo no bolso do colete", disse.

O ministro reafirmou sua previsão de crescimento da economia brasileira, de 2,5% neste ano, mas diz estar recebendo informações otimistas. "A esta altura pode ser um pouco mais", disse.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página