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Líder de minoritários abre queixa na CVM contra a Petrobras

Em movimento raro, representante de acionistas reclama de prazo curto para avaliar finanças da empresa estatal

Nos últimos 20 anos, não há registro de crítica similar na CVM; nem companhia nem conselheiro comentam

SAMANTHA LIMA DO RIO

Em um movimento raro na cúpula de uma companhia de capital aberto, o conselheiro da Petrobras Mauro Cunha entrou com reclamação na CVM contra a empresa que ajuda a administrar.

O objetivo da iniciativa, encaminhada na segunda-feira, era exigir que a estatal tornasse pública sua decisão de não aprovar as demonstrações financeiras da empresa.

O resultado prático da iniciativa foi visto no fim daquele dia, quando a Petrobras, pela primeira vez, revelou o voto descontente de um conselheiro em relação à aprovação de suas contas.

Não se tem registro de outro conselheiro ter ido à CVM reclamar da Petrobras pelo menos nos últimos 20 anos.

Cunha assumiu a cadeira destinada aos acionistas minoritários detentores de papéis ON em abril de 2012.

As demonstrações financeiras foram submetidas ao conselho em 25 de fevereiro, antes da divulgação pública.

Segundo a Petrobras, Cunha reclamou do pouco tempo dado para que as informações fossem avaliadas, do uso da chamada contabilidade de "hedge" e da consolidação de informações sobre investimentos em refino. A contabilidade de "hedge" é uma fórmula aceita internacionalmente pela qual as empresas com grande exposição a moedas estrangeiras reduzem o impacto da variação cambial em seus negócios.

A Petrobras lançou mão do artifício a partir de maio de 2013. O impacto é calculado em R$ 8 bilhões no balanço da empresa.

"O lucro de R$ 23,6 bilhões só foi possível graças ao uso do mecanismo. Sem ele, o resultado viria abaixo dos R$ 21 bilhões de 2012", afirma Flávio Conde, analista-chefe da Gradual Investimentos.

Procurados, nem a Petrobras nem o conselheiro Mauro Cunha quiseram comentar o assunto.


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