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Intenção de investir é a mais baixa em cinco anos

Pequenos e médios empresários estão mais pessimistas, mostra pesquisa

Processo lento de retomada da confiança da indústria foi interrompido nos últimos meses

ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO

A intenção de pequenos e médios empresários brasileiros de realizar novos investimentos despencou para o patamar mais baixo em quase cinco anos, quando o país sofria os efeitos da crise global.

A piora ocorre em meio a um processo de deterioração das expectativas do setor produtivo em relação às perspectivas da economia.

Entre pequenos e médios empresários que atuam na indústria, no comércio e em serviços, a confiança no rumo de seus negócios no trimestre seguinte teve seu quarto recuo consecutivo.

Os dados fazem parte do Índice de Confiança do Empresário de Pequenos e Médios Negócios (IC-PMN) calculado pelo centro de ensino e pesquisa Insper em parceria com o Santander, que será divulgado hoje.

A pesquisa foi feita em fevereiro com 1.336 empresários em todo o país sobre suas estimativas para o segundo trimestre. O recuo da confiança ocorreu nos três setores pesquisados, embora tenha sido mais acentuado no segmento de serviços.

Os entrevistados se mostraram mais pessimistas em relação a todos os temas abordados, como expectativas em relação ao desempenho da economia, de seu ramo de negócios, de seu faturamento e dos seus planos de investir.

Segundo José Luiz Rossi Junior, professor e pesquisador do Insper, o recuo na intenção de adquirir máquinas e ampliar os negócios é negativo porque a recuperação da economia brasileira depende, principalmente, do aumento de investimentos.

"Esse declínio é ruim e indica a percepção de que o choque na economia pode ser mais permanente", afirma.

Para Cristiane Nogueira, superintendente-executiva de segmentos do Santander, a expansão mais fraca da economia e os juros mais altos são as principais causas no recuo da confiança do pequeno e médio empresário.

"Essa combinação faz com que o empresário pense que não é um ano bom para investimento", afirma.

Apesar disso, ela diz que a demanda desse segmento por crédito não teve alteração significativa nos primeiros meses de 2014 em relação ao mesmo período de 2013.

INDÚSTRIA

Outras pesquisas que medem a confiança de empresários e consumidores também indicam uma tendência de piora das expectativas.

Cálculo feito pela MB Associados com base em dados da FGV (Fundação Getulio Vargas) mostra, por exemplo, que a lenta retomada da confiança da indústria foi abortada em meses recentes.

A consultoria já tinha notado que o processo de recuperação da confiança medida pela FGV desde seu nível mais baixo em novembro de 2011 era a mais lenta entre diferentes ciclos de retomada nas últimas duas décadas.

Para Sergio Vale, economista-chefe da MB, a tendência parece ser de estagnação.

"Esse último ciclo de recuperação na verdade nem ocorreu. Isso é inédito, pois sempre ocorreram recuperações --em alguns casos, significativas-- depois do vale atingido", declara.

Para o economista, o governo tem falhado em adotar políticas que levem os empresários a se tornar mais otimistas em relação ao desempenho futuro da economia.


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