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Político afastado por foto de cueca quer governar NY

Entrada de Anthony Weiner na disputa para suceder prefeito Michael Bloomberg agita campanha das prévias

Ele aparece em segundo nas intenções de voto dos democratas, atrás apenas da presidente da Câmara municipal

JOANA CUNHA DE NOVA YORK

Enquanto o terceiro e final mandato de Michael Bloomberg na prefeitura de Nova York se aproxima do fim, o nome que há um mês se sobressai no noticiário sobre a sucessão é o de um pré-candidato envolvido em um escândalo sexual em 2011.

Apesar de ocupar o segundo lugar na preferência do eleitorado democrata, é Anthony Weiner, 48, quem é perseguido pela aglomeração de repórteres e câmeras nos eventos públicos de que participam os aspirantes a substituir Bloomberg, eleito pela última vez em 2009, pelo Partido Independente, com apoio dos republicanos.

Citado sempre em pequenas variações de "o ex-congressista que perdeu crédito após publicar foto só de cueca no Twitter", ele tem 19% da preferência dos democratas, segundo pesquisa sobre qual dos pré-candidatos do partido deve ser o escolhido para a disputa de novembro.

A foto com a aparente ereção, que deveria ter sido endereçada a uma mulher com quem admitiu manter um relacionamento on-line, levou à renúncia um homem então notabilizado pela ambição política, e que, na última terça, ressurgiu de mangas arregaçadas para um debate com competidores de paletó.

"Sei que errei, mas aprendi. Espero uma segunda chance", diz ele no vídeo de sua campanha, gravado ao lado da mulher. Com apelo à classe trabalhadora, ele já disse que procurará todos os líderes sindicais, mesmo os que apoiem algum oponente.

A presidente da Câmara dos Vereadores de Nova York, Christine Quinn, 46, ainda é a favorita na disputa, com 24%, segundo levantamento divulgado no último dia 28.

Se ganhar, a pragmática Quinn será a primeira mulher e a primeira pessoa assumidamente gay a liderar a maior cidade do país. Defensora da legalização do casamento homossexual no Estado, ela fez de seu matrimônio, em 2012, uma grande festa política.

Quinn é vista por analistas como uma centrista para os padrões locais, de raízes liberais e aberta ao ponto de vista dos negócios. A seu favor tem o fato de ter trabalhado muito perto de Bloomberg.

A proximidade, porém, é explorada como um passivo por oponentes, que a acusam por ter apoiado a polêmica mudança de regra que permitiu o terceiro mandato do atual prefeito -- manobra que rendeu a ele o apelido de "Hugo Chávez", em referência ao ex-presidente da Venezuela.

"Eu pesei o que era melhor para a cidade. Foi difícil, mas não me arrependo", escreve Quinn na autobiografia que lança neste mês.

AMEAÇA

O anúncio da entrada de Weiner no páreo, que só ocorreu formalmente há pouco mais de uma semana, já corroeu a vantagem de Quinn, que tinha dois pontos percentuais a mais em abril.

Em uma cidade pesadamente democrata, é vasta a lista de nomes dentre os quais o partido terá de selecionar, nas primárias em setembro, aquele que vai representá-lo na eleição de novembro.

A campanha de outro democrata, Bill de Blasio, 51, defensor público da cidade, faz ataque frontal ao período Bloomberg, que acusa de antidemocrático.

Se em 2001, quando Bloomberg assumiu o cargo, a preocupação era escolher um nome capaz de evitar que os negócios minguassem e o crime retornasse à cidade, pós atentados de 11 de Setembro, o cenário agora é o de uma demografia em mutação, em que o voto branco não hispânico perde proporção perante os eleitorados latino e asiático.

Com 11%, o único afro-americano na disputa é William Thompson, 59. Ativistas liberais cobram dele postura mais firme diante da estratégia policial de revistas indiscriminadas, que tem nos negros e latinos seus principais alvos.

John Liu, 46, conta com aprovação entre asiáticos e tem posição mais forte em relação aos excessos policiais.

Entre os republicanos, o nome mais forte é o de Joseph Lhota, 58, ex-chefe da Autoridade Metropolitana de Transporte. Ele ainda é pouco conhecido entre eleitores, apesar de ter ganhado relevância após a passagem da tempestade Sandy, em 2012.

Segundo pesquisa da Quinnipiac University divulgada no dia 22, 61% votariam em um candidato democrata que enfrentasse Lhota.

Único latino na disputa, Adolfo Carrión Jr., que já foi democrata e atuou na administração do presidente Barack Obama, agora concorre como independente.


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