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União Europeia e Ucrânia assinam acordo de associação
Rússia termina processo de anexação da Crimeia, enquanto ONU pede respeito à integridade ucraniana
A União Europeia assinou com o primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, os capítulos políticos de um acordo de associação, no mesmo dia em que o presidente russo, Vladimir Putin, promulgou a incorporação da região da Crimeia a seu país.
O acordo entre a UE e a Ucrânia, negociado desde 2007 e que prevê o livre comércio de mercadorias, foi a causa das manifestações que tomaram o centro da capital, Kiev. Em novembro, o então presidente Viktor Yanukovich, destituído em fevereiro, se recusou a assinar o tratado em prol de uma aproximação com a Rússia, que ofereceu um resgate ao país, além de redução no preço do gás.
Herman Van Rompuy, o presidente do Conselho Europeu, disse que o acordo dará aos ucranianos "o estilo de vida europeu", mencionando valores e democracia.
Na sede da UE, em Bruxelas, Yatseniuk disse que "não se importa" com a Rússia assinando a anexação da Crimeia. Para ele, os ucranianos e seu "futuro europeu" são mais importantes.
A segunda parte do acordo, que trata da aproximação econômica, deve ser assinada somente depois das eleições presidenciais ucranianas em maio.
O tratado prevê a abertura recíproca dos mercados para maioria de bens e serviços e a aproximação gradativa a normas da UE para comércio. O acordo também define assistência financeira e cooperação em segurança, energia, ciência, educação e outras áreas, além de estabelecer princípios como a democracia e o respeito aos direitos humanos.
CRIMEIA
O Conselho da Federação (Câmara Alta do parlamento russo) ratificou ontem por unanimidade o acordo por meio do qual a Crimeia e a cidade de Sebastopol se incorporaram à Rússia.
Em cerimônia no Kremlin, Putin promulgou as leis da anexação. A Crimeia, uma república autônoma da Ucrânia, pertencia à Rússia até 1954 e cerca de 60% da sua população é de etnia russa.
A incorporação da Crimeia pela Rússia custou à Ucrânia "centenas de bilhões de dólares", Yatseniuk declarou ontem, segundo a agência Interfax.
Segundo as autoridades da Crimeia, 72 unidades militares da Ucrânia instaladas na península passaram para o controle da Rússia.
Entre essas unidades, estão seis navios de guerra e 25 embarcações de apoio, segundo a Interfax. Em todas as unidades foram realizadas cerimônias nas quais se içou a bandeira da Rússia e se entoou o hino nacional russo.
Ainda ontem, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, declarou em Kiev que a crise ucraniana só pode ser resolvida respeitando-se o princípio de integridade territorial da Ucrânia.
