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Análise

Israel reforça laço africano ao ajudar no resgate de nigerianas

MÁRIO CHIMANOVITCH ESPECIAL PARA A FOLHA

O governo de Israel enviará à Nigéria uma equipe de especialistas na luta antiterrorismo para tentar o resgate das mais de 200 estudantes nigerianas sequestradas pelo grupo terrorista islâmico Boko Haram, em 14 de abril.

A oferta de ajuda foi feita em 11 de maio pelo primeiro-ministro Binyamin Netanyahu ao presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, e prontamente aceita.

Não é de hoje que Israel participa de ações militares na África, seja enviando conselheiros e assessores, seja vendendo armamentos a regimes que nem sempre respeitam os direitos humanos.

Na Nigéria, os israelenses trabalharão em sincronia com equipes americanas e britânicas.

Em setembro do ano passado, força de elite israelense participou da operação de resgate de reféns capturados por um grupo terrorista islâmico somali num shopping de Nairóbi, no Quênia.

Trata-se da "Yamam", unidade especializada na luta antiterrorista. Isso não chegou a surpreender os analistas e observadores e confirmou a crescente influência diplomática israelense na África subsaariana.

A venda de armas e a assistência militar ocupam lugar privilegiado nas relações entre Israel e 40 países africanos, incluindo Quênia, África do Sul e a própria Nigéria.

Após os acordos de paz de Camp David (1978/1979) e Oslo (1993) --quando Yasser Arafat, presidente da Autoridade Palestina, e Yitzhak Rabin, primeiro-ministro israelense, apertaram as mãos na Casa Branca--, muitos Estados africanos estabeleceram relações com Israel.

A ofensiva israelense na África teve início nos anos 60 e 70, quando o orçamento da CIA incluía gastos com operações secretas do Mossad (serviço secreto de Israel) no sul do Saara, notadamente Angola, República Democrática do Congo, Sudão e Uganda. Calcula-se que o custo das operações chegava perto dos US$ 20 milhões anuais.

Desde então, de forma discreta e paciente, Israel multiplicou a cooperação com os países africanos, desde assistência agrícola à venda de armamentos, treinamento de militares, o que lhe permitiu implementar redes de influência e de informações em grande parte do continente.


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