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Milícia islâmica avança no Iraque e ameaça capital

Moradores de Bagdá estocam alimentos; cerca de 500 mil fogem de grupo

Nascido da Al Qaeda, Estado Islâmico do Iraque e do Levante quer califado na região; EUA oferecem ajuda

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

Militantes sunitas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante avançaram nesta quarta (11), atacando a cidade de Baiji, sede de uma importante refinaria de petróleo.

A organização terrorista havia ocupado, no dia anterior, a cidade de Mossul, a segunda maior do Iraque.

A vitórias dos islamitas, conhecidos pela brutalidade de seus métodos, é um forte golpe contra o governo.

Havia relatos, na quarta-feira (11), de que os moradores da capital Bagdá estocavam suprimentos, na antecipação de uma investida islamita contra a capital.

O governo tem planos de reconquistar Mossul. O primeiro-ministro, Nuri al-Maliki, afirmou, em um discurso televisionado, que a crise é resultado de "conspiração" e que irá expulsar "criminosos e aqueles que os ajudaram".

De acordo com relatos das agências de notícias, havia movimentação oficial no país para articular-se com soldados curdos, montando uma contraofensiva do Exército.

Enquanto isso, militantes haviam tomado também Tikrit, a cidade-natal do ditador Saddam Hussein (1937-2006).

A ofensiva em Mossul levou 500 mil pessoas a deixarem suas casas, segundo a ONU. O governo afirma que postos militares foram abandonados em Baiji depois de insurgentes tomarem a cidade com 60 veículos.

Foi tomada também, de acordo com a ONG Human Rights Watch, de defesa dos direitos humanos, a usina elétrica de Baiji, que abastece a capital, Bagdá.

Islamitas já afirmam ter total controle da província de Nínive. A agência de notícias AFP relatava a morte de soldados do governo iraquiano capturados pelo EIIL.

Os avanços do EIIL --que surgiu como franquia da Al Qaeda e hoje opera só-- fortalecem a criação de um corredor islamita entre a Síria e o Iraque, levando à movimentação de armas e à desestabilização de ambos os países.

A Turquia também é afetada, na fronteira sul. Diplomatas turcos foram sequestrados em Mossul, e o consulado foi tomado. O Exército turco também já entrou em conflito armado com o EIIL, em outras ocasiões.

INVASÃO

Trata-se de uma veloz intensificação do conflito no país, que ainda vive as consequências da invasão dos EUA, em 2003.

O vazio deixado pela retirada das tropas americanas, em 2011, é uma das razões para a instabilidade.

Nesta quarta, o governo americano afirmou estar disposto a "trabalhar com o governo iraquiano e com líderes do Iraque para unificar esforços contra o EIIL" e oferecer "ajuda apropriada", segundo Jen Psaki, porta-voz do Departamento de Estado.

No entanto, segundo o jornal "The New York Times", Maliki fez um pedido secreto a Washington por assistência militar contra extremistas, mas a proposta vinha sendo recusada desde então.


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