Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Na Europa, curdos se organizam para combater facção

LUISA BELCHIOR MOSKOVICS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MADRI

Um dos principais alvos da milícia radical Estado Islâmico (EI), o governo do Curdistão lançou na Europa uma ofensiva para angariar mais recursos e armamentos na luta contra a facção.

Sem fronteiras formais, mas com exército próprio, a região autônoma localizada no norte do Iraque é hoje "a única força capaz de combater o EI", disse à Folha Daban Shadala, representante do governo regional do Curdistão na Espanha --país que está "na linha de frente" dos alvos jihadistas, segundo manifesto do governo curdo.

A ajuda europeia, como o envio de armamentos por parte de Alemanha e França, representa apenas 25% do aparato necessário para conter a expansão do EI, alertou Shadala. Desde junho, os extremistas vêm tomando o controle de regiões no Iraque, e expulsando e assassinando membros de minorias étnicas, como os curdos.

"Eles [EI] têm um exército muito organizado. Helicópteros, armas muito modernas. Nós [Iraque] gastamos mais de US$ 10 bilhões em armamentos e tudo acabou caindo nas mãos do EI quando eles ocuparam territórios", afirmou o representante do Curdistão, "o último governo secular do Oriente Médio".

Na sexta (26), o Parlamento do Reino Unido aprovou bombardeios a regiões do Iraque controladas pelos extremistas. Neste domingo (28), centenas de ativistas curdos e simpatizantes se manifestaram em Londres e Paris pedindo mais apoio dos países ocidentais.

Na semana passada, cerca de 150 mil curdos cruzaram a fronteira do Iraque com a Turquia, mas, segundo Shadala, a situação mais crítica acontece dentro do território curdo. A região já recebeu cerca de 1,4 milhão de refugiados internos por conta da expansão do Estado Islâmico.

Tradicionalmente aberto a refugiados, o governo curdo começa a estudar reduzir as entradas por conta da saturação e de denúncias de que membros do EI estão enviando suas mulheres e filhas à região.

Com um regime secular e um PIB per capita quase que o dobro da média iraquiana, o Curdistão é uma das regiões mais prósperas do Oriente Médio. Com a economia baseada no petróleo, tem atraído capital estrangeiro, o que levou o governo a abrir representações nos EUA e na Europa. O continente europeu é a base do exílio curdo.

"As pessoas estão cansadas. Nos últimos 20 anos, temos ataques terroristas e guerras civis permanentes. Muita gente que deixou o país voltou em 2003 [com a derrubada pelos EUA do ditador Saddam Hussein] achando que a situação ia mudar, mas nada aconteceu."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página