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Celular é 'estrela' no baile da posse de Obama

Acessório que registrava o feito de estar no evento entretinha mais que atrações do palco

LUCIANA COELHO DE WASHINGTON

Foi o mitológico Stevie Wonder que disse, no palco, que o baile da posse de Barack Obama era uma celebração do povo unido dos Estados Unidos. Mas celebrado mesmo na noite de anteontem no Centro de Convenções de Washington, só o celular.

O acessório indefectível de longos, curtos, smokings, jeans e até um ousado saruel - contrariando a ordem no convite para o black-tie- servia para registrar em fotos e redes sociais o feito de estar no baile e entretinha muito mais do que as estrelas no palco.

Estar ali, afinal, exigira filas de até uma hora a 1ºC (com muitos ombros de fora) e rapidez para fisgar em minutos ingressos vendidos entre US$ 60 e US$ 150 (R$ 123 a R$ 305).

Não que as atrações fossem desprezíveis, como a reportagem da Folha testemunhou.

Além de Wonder, cantaram Alicia Keys; os indies do fun.; o ator Jamie Foxx; o country Brad Pailsey; os roqueiros mexicanos do Maná, com Santana, e John Legend.

E Jennifer Hudson embalou o casal presidencial com uma bonita cover de Al Green, "Let's Stay Together", que Obama já entoou em público.

O baile da posse não teve a calorosa apresentação da mulher que o presidente fez no baile do Comandante em Chefe, simultâneo, no mesmo local. Mas, para o público civil, Barack e Michelle dançaram colados das 21h22 às 21h27. Era para esses cinco minutos que todos foram lá.

Jovens de 20 e poucos e casais que poderiam ter filhos universitários davam ao evento ar de formatura, não fosse o número de alinhadas septuagenárias negras que pareciam as únicas a viver o momento-festa de Obama.

Apesar do esforço do DJ com Michael Jackson, Madonna e hits anos 80/90, poucos dançavam no megacentro de convenções, mais afeito a estoques que a festas.

Foi o jeito de resumir em dois os dez bailes de 2009 e abrigar em um lugar 40 mil convivas, relegando-os a pretzels, shows-relâmpago (só Wonder tocou mais de 20 minutos) e filas nos bares. Cerveja a US$ 5 e champanhe a US$ 9 na "festa inclusiva".

Antes das 23h, muitos tinham ido embora. Dos restantes, as oprimidas por saltos, laquês e paetês se rendiam a chinelos trazidos na bolsa. Fim de festa.


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