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O novo papa

Cristina pede a Francisco ajuda para obter Malvinas

Após derrota em referendo, presidente apela a argentino para pressionar Londres

Encontro no Vaticano também foi usado para tentar 'aparar arestas' com Francisco, que foi crítico de seu governo

BERNARDO MELLO FRANCO ENVIADO ESPECIAL A ROMA

Uma semana depois de ser derrotada no plebiscito das Malvinas, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, apelou ontem ao papa Francisco para tentar pressionar o Reino Unido a negociar o controle das ilhas.

Ela foi a primeira chefe de Estado a ser recebida pelo compatriota Jorge Mario Bergoglio e disse ver uma "oportunidade histórica" para reabrir a disputa após sua eleição para comandar a Igreja.

O Vaticano não deu sinais de que o novo pontífice tenha concordado com a proposta.

"Abordamos um tema que é muito sensível para nós argentinos, a questão das Malvinas", afirmou Cristina, sugerindo sintonia com o papa.

Bergoglio foi um duro crítico dos governos Kirchner como arcebispo de Buenos Aires. Ele defendia a soberania argentina sobre as Malvinas, mas não há garantias de que encampe essa bandeira à frente do Vaticano.

Depois da eleição de Bergoglio como papa, o premiê britânico David Cameron afirmou que respeita a opinião, mas mantém a decisão de não negociar as ilhas.

Ontem, Cristina disse torcer para que Francisco repita os passos de João Paulo 2º, que mediou disputa de fronteiras entre Argentina e Chile em 1978, quando os países eram governados por ditaduras.

Ela voltou a criticar o governo britânico, mas não comentou o plebiscito em que 99% dos moradores das Malvinas disseram apoiar a manutenção dos laços políticos com o Reino Unido.

'PÁTRIA GRANDE'

Cristina tentou usar o encontro para aparar as arestas e transmitir uma imagem de harmonia com o novo papa.

Relatou que ele teria chamado a América Latina de "Pátria Grande", uma expressão usada por Simon Bolívar e repetida por governantes de esquerda do continente.

"Para uma argentina, uma latino-americana, ouvir da boca do papa este termo me impressionou muito", afirmou, depois de presenteá-lo com uma cuia de mate, bebida tradicional no país.

A presidente evitou comentar a acusação de que o papa teria colaborado com a ditadura militar em seu país, o que é negado pela Santa Sé.

Ela chefia uma delegação de 140 pessoas em Roma, segundo o "Clarín". Na semana passada, o papa pediu que os argentinos não viajassem para assistir sua posse hoje.


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