A divergência sobre a descriminalização das drogas que impediu o acordo entre as chapas lideradas pelos oposicionistas Alberto Toron e Ricardo Sayeg nas eleições da OAB-SP repercutiu ontem.
Doutora em direito do trabalho pela USP, a advogada Sônia Mascaro afirmou à Folha que passou a apoiar Sayeg. Em julho, ela desistiu de sua pré-candidatura à OAB-SP em favor de Toron.
Em encontro nesta semana na Fiesp, Sayeg disse ser contra a descriminalização das drogas em qualquer circunstância. Toron classificou essa visão como "simplista" e defendeu uma estratégia que incluísse o cuidado com os "usuários recreativos".
"Como mãe e advogada, essa opinião me chocou", afirmou Mascaro, que divulgou nota sobre o assunto. Na Fiesp, Toron enfatizou que não estava falando em "descriminalizar o tráfico". "Defendo sim que o usuário não seja tratado como um criminoso", disse ontem, em nota.
NEGOCIAÇÃO
Toron e a outra pré-candidata, Rosana Chiavassa, continuam negociando a união de suas chapas.
"Varamos a noite conversando, mas nada foi fechado por enquanto", afirmou Chiavassa à Folha ontem.
Tanto Toron como Sayeg consideram que, mesmo com duas chapas, é possível vencer o grupo de Luiz Flávio D'Urso -no poder há nove anos na OAB-SP.
Os rivais dizem que D'Urso, vice pelo PTB na chapa de Celso Russomanno (PRB) à prefeitura, usou a Ordem como trampolim político -o que ele nega. Na eleição de novembro, o candidato da situação é Marcos da Costa.