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Análise

Em sua estreia, presidente deu demonstrações de humildade

FERNANDO LEAL IVAR A. HARTMANN ESPECIAL PARA A FOLHA

Até pouco tempo a ascensão de um novo presidente no Supremo Tribunal Federal era ignorada por grande parte da população. Não gerava grandes discussões, nem repercussões. Agora, porém, a expectativa é grande. O que pautará a presidência de Joaquim Barbosa: o temperamento forte ou a diplomacia?

Muitos levantaram dúvidas sobre a habilidade do novo presidente para exercer uma liderança democrática e harmoniosa. Em sua primeira sessão como presidente, Barbosa frustrou quem apostava em uma gestão autoritária.

Em clara demonstração de humildade e deferência, ouviu e acatou os conselhos do decano, o ministro Celso de Mello, que desempenhou papel de guia nas funções de liderança que Barbosa precisa exercer.

O poder não subiu à cabeça. Pelo contrário, está lentamente sendo assimilado. Ao concluir um de seus votos, Barbosa emendou: "É assim que voto, senhor presidente", dirigindo-se ao plenário.

Mais do que aceitar o apoio do mais antigo membro da corte, Barbosa presidiu sem animosidades e não adotou posturas centralizadoras.

No início da sessão, por exemplo, uma questão de ordem foi levantada pelo advogado do réu Pedro Corrêa. Em vez de decidir monocraticamente, Barbosa consultou os colegas. Também não defendeu ou tentou impor suas posições. Ao contrário, soube ouvir e aceitou ser vencido.

O início foi promissor. Joaquim Barbosa deu esperança a todos os brasileiros que confiam em um mandato caracterizado pela humildade, serenidade, respeito aos colegas do Supremo e, mais importante de tudo, preocupação com o consenso, e não com a autoridade.

Espera-se que o ministro, ao longo dos próximos dois anos, conduza o Tribunal como conduziu a sessão de ontem: consciente de seu papel institucional.


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