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Ribeirão

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Morador se 'apropria' de espaço e cria opção

Skatistas transformaram uma quadra esportiva abandonada em pista no Quintino Facci 2, periferia de Ribeirão

Para antropólogo, mobilizações lembram o poder público sobre qual é a cidade que a população quer

DE RIBEIRÃO PRETO

Na falta de apoio do poder público para cultura e lazer, moradores de bairros periféricos de Ribeirão Preto acabam se apropriando de espaços e buscando alternativas.

No bairro Quintino Facci 2, por exemplo, um grupo de skatistas transformou uma quadra esportiva abandonada em pista de skate.

"Tudo o que temos aqui [rampas e obstáculos] fomos que nós que fizemos", disse o skatista e vendedor Fernando Henrique Lotti, 26.

A quadra é ponto de encontro dos jovens do bairro. "Não há mais nada para fazer por aqui. Quando queremos sair, vamos para outra cidade", disse o restaurador Murílo Roberto de Faria, 19.

No Jardim Castelo Branco, outro grupo de skatistas também se apropriou de uma quadra abandonada para a criação de uma pista.

No bairro Branca Salles, por exemplo, há apenas uma quadra de esportes, em más condições de conservação.

A presidente do Centro Cultural Orunmilá, Renata Oliveira, afirmou que não há opções de lazer para o jovem da periferia atualmente em Ribeirão Preto.

"O que tem são algumas pistas de skates e projetos de iniciativa popular", disse.

O centro de Renata é um Ponto de Cultura conveniado ao governo do Estado que oferece estúdio de gravação para artistas de rap e biblioteca temática sobre cultura negra, entre outros.

DIVERGÊNCIA

Para o antropólogo da USP (Universidade de São Paulo) Guilhermo Aderaldo, a falta de estrutura para lazer e cultura nas periferias é uma divergência entre a vontade da população e o planejamento do poder público.

Para Aderaldo, quando a comunidade transforma uma quadra abandonada em pista de skate, como aconteceu no bairro Quintino Facci 2, é um recado para a administração sobre qual é a cidade que a população quer.

"Essas mobilizações lembram os gestores urbanos de que a administração das cidades deve servir aos direitos dos cidadãos", afirmou o especialista.


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