A 23ª edição do Planeta Atlântida reunirá em um fim de semana atrações como a banda francesa de indie rock Phoenix e o cantor sertanejo Luan Santana, passando por estrelas pop como Pabllo Vittar e rappers como Mr. Catra.
A salada musical é uma característica conhecida do festival que tradicionalmente ocupa a praia de Atlântida, na cidade gaúcha de Xangri-lá. Ao todo, 45 artistas se apresentarão entre sexta (2) e sábado (3) a um público estimado em 70 mil pessoas.
Eugênio Corrêa, diretor artístico, explica que a mistura se trata de uma fórmula para unir artistas que atraem grande público e aqueles que dão “conceito” ao evento. “É saber dosar e maquiar essa pílula para que ela fique atrativa.”
Corrêa conta que o festival começou em 1996 com uma programação de pop rock e que, com o tempo, incorporou estilos como axé e sertanejo.
“O pop rock está muito fraco, não vejo nada de diferente nessa área, não surgiram mais Paralamas, Titãs, Charlie Brown Jr.”, diz Corrêa.
Ele explica “ter cuidado” para não transformar o Planeta Atlântida em um festival de sertanejo. “É a receita do chef, para não enjoar. Preciso agradar um público que curte música sertaneja mas não assume”, diz, afirmando que o preconceito com o gênero ainda é forte no Sul.
O evento se viabiliza com patrocínio e venda de ingressos, que vão de R$ 220 a R$ 670. Corrêa, assim como outros produtores de eventos, critica a lei da meia-entrada. “Acaba sendo uma vantagem para quem consegue comprar e um ônus muito grande para quem não consegue.”
Para ele, “intervenções do governo raramente são benéficas ao produtor e à população”. “O governo não faz a parte dele, como a segurança no entorno, então eu também tenho que fazer isso, o que é revertido pro ingresso.”
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