Red Hot Chili Peppers, Pearl Jam e The Killers. Com capacidade de arrastar multidões a seus shows, já testemunhados por milhares de brasileiros em diferentes ocasiões, as bandas retornam ao Brasil como atrações principais da sétima e maior edição local do Lollapalooza.
Neste ano, o festival terá três dias –um a mais do que as edições passadas mais recentes– e pretende atrair mais de 80 mil pessoas por dia no Autódromo de Interlagos, onde acontece entre sexta (23) e domingo (25).
A programação mescla sobretudo rock e suas variações, música eletrônica e a combinação de hip-hop e R&B —esta última safra, aliás, tem se mostrado a mais antenada da curadoria.
Se o Lollapalooza fosse o show de um cara só, valeria assistir ao de Khalid, cantor revelação do soul que conquistou cinco indicações ao Grammy após lançar seu álbum de estreia, “American Teen”, em 2017.
Aos 20 anos, o garoto chega ao Brasil no embalo inicial de sua carreira, fazendo contraponto a artistas consagrados que vêm ao país em sua fase final, alguns pela primeira vez, requentando hits de décadas passadas.
Filho de militares, Khalid morou por seis anos na Alemanha antes de se mudar para Nova York e se estabelecer em El Paso, no Texas, onde diz ter encontrado suas referências musicais e a liberdade para agir à sua maneira.
Ele começou a compor em 2015, em seu último ano do ensino médio, e deslanchou cantando os dilemas universais da juventude, como relacionamentos desmantelados, dificuldade em corresponder às expectativas e o sentimento de não pertencimento.
Com o primeiro single, “Location”, em que propõe trocar o flerte virtual por um encontro real, o cantor foi parar na playlist de Kylie Jenner, socialite americana, que fez da faixa a trilha de um de seus Snapchats, visto por milhares de seguidores.
"American Teen” atingiu a segunda posição na parada da Billboard, na qual permaneceu por 51 semanas, e rendeu a Khalid um contrato com uma gravadora e elogios de Elton John antes mesmo que tivesse idade para comemorar bebendo champanhe.
A crítica musical o consagrou como um dos artistas que estão reformulando o R&B, ao lado de nomes como Frank Ocean e The Weeknd, que foi um dos acertos do festival no ano passado.
HIP-HOP E R&B
A programação desta edição conta também com o R&B do cantor e baterista Anderson .Paak, que apresenta faixas de seus dois primeiros álbuns, “Venice” e “Malibu”.
É o rap, no entanto, que domina a categoria —e com forte presença de brasileiros.
Um dos primeiros shows desta sexta será o de Rincon Sapiência, que, apesar de rapper experiente e respeitado na cena independente paulista desde 2000, só vingou seu álbum de estreia, “Galanga Livre”, em 2017.
Com versos curtos e rápidos, Manicongo, como o rapper também é conhecido, transmite a afirmação da negritude sem firmar-se sobre a agressividade típica do rap.
Mano Brown sobe ao palco no fim da tarde de sábado, no que pode vir a ser uma das apresentações mais contundentes e políticas do festival.
Será também uma chance de presenciar o rapper da zona sul agora que o Racionais, grupo que fundamentou o rap brasileiro sob sua liderança, está “de férias coletivas por tempo indeterminado”.
O gênero seria ainda mais expressivo, não fosse o cancelamento de última hora do americano Tyler, the Creator, que alegou “problemas pessoais”, sem especificá-los. Ele foi substituído pela cantora norueguesa Aurora.
O único a furar a barreira do horário e disputar público com um dos headliners –The Killers, no caso– é Wiz Khalifa, que se apresenta no último horário do domingo.
Ele deve apresentar as faixas de seu álbum mais recente, “Khalifa”, de 2016, além de sucessos como “See You Again”, hit com o qual bateu recordes em streaming e no YouTube e se estabeleceu no topo das paradas de 35 países.
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