Descrição de chapéu Lollapalooza

Na véspera do Lollapalooza, Liam Gallagher faz 'preview' do show em Interlagos

Evento também trouxe ao autódromo LDC Soundsystem e o rapper Wiz Khalifa

Thiago Ney

Espécie de mini-Lollapalooza na véspera do Lollapalooza em si, o Onix Day (evento feito por uma montadora que é patrocinadora do festival) reuniu três nomes bem distintos da música pop contemporânea: o rapper Wiz Khalifa; o eterno ex-vocalista do Oasis, Liam Gallagher; e a banda LCD Soundsystem, que ajudou a aproximar o rock da dance music no início dos anos 2000.

Enquanto o Lollapalooza abre oficialmente nesta sexta (dia 23) e vai até domingo (dia 25) no autódromo de Interlagos, em São Paulo --ainda há ingressos para a sexta--, e espera receber mais de 80 mil pessoas por dia, o evento desta quinta foi realizado no mesmo local e era gratuito --foram distribuídos cerca de 50 mil ingressos.

Uma garoa fria e insistente caiu sobre Interlagos quando Wiz Khalifa apareceu no palco, às 18h50. Khalifa surgiu no rap, pouco mais de uma década atrás, mas hoje é uma figura que vai além: suas faixas se misturam ao pop e à dance music, e Khalifa se apoia e investe na imagem de maconheiro: ele fuma no palco e joga para o público balões em formato de baseado. Aqui não há espaço para o rap de protesto --Khalifa quer festa.

O show, curto, de 45 minutos de duração, tem faixas que vão da enfumaçada "Captain" à balada "See You Again". "Você quer ficar chapado com Wiz", ele pergunta no meio do show. A apresentação ganha corpo com a ajuda de uma competente banda (três músicos e um DJ), que dão peso a boas faixas como "Taylor Gang" e "We Dem Boyz".

Khalifa está escalado para tocar na noite de domingo no Lollapalooza, mesmo dia que o inglês Liam Gallagher.

Por causa de uma infecção respiratória, o irmão do Noel deixou o palco do Lollapalooza Chile após cantar apenas quatro músicas e cancelou o show que faria no Áudio, na capital paulista, na quarta-feira.

Mas nesta quinta ele voltou. Fez uma apresentação curta (10 músicas em 40 minutos; talvez para preservar a voz para o domingo), mas foi um show potente, em que misturou (quatro) faixas do primeiro e único disco solo, "As You Were", lançado em outubro de 2017, com (seis) canções clássicas do Oasis.

Das novas, "Wall of Glass" e "For What Is Worth" não fazem feio, mostram que este inglês de 45 anos ainda tem energia e talento para criar faixas que não descambam para a nostalgia.

E Liam fez versões cheias de vigor das antigas, como de "Rock and Roll Star" (que abriu o show) e de "Live Forever" (que fechou) --ambas do disco "Definitely Maybe" (1994).

No meio, tocou "Morning Glory" (rápida, vibrante), a manjada (mas ainda emocionante) "Wonderwall" e "Some Might Say", que nos lembrou como o britpop deixava o rock ensolarado nos anos 1990.

Se o rock deu as mãos para a eletrônica neste século 21, muito disso é culpa do LCD Soundsystem e de canções construídas inteligentemente em torno de melodias irresistíveis. 

Baixo, bateria, teclados e percussão fazem barulho com groove, unem a energia ao balanço. 

Músicas como "You Wanted a Hit", "Tribulations" (uma emendada na outra) e "All My Friends" desafiam classificações: rock, dance music, pós-punk, indie-dance: o nome não importa; o que importa é que elas existem.

O LCD Soundsystem estará no Lollapalooza nesta sexta.

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