Descrição de chapéu Lollapalooza

Zara Larsson faz show com pop dançante e dedica faixa a Marielle Franco 

Oh Wonder abre parte indie do primeiro dia do Lolla com pegada electropop e influência R&B

Daigo Oliva
São Paulo

Se no ano passado o Lolla teve Tove Lo, a cota escandinava em 2018 está representada pela também sueca Zara Larsson. A cantora de 20 anos, que já fez parcerias com David Guetta e MNEK, apresentou-se no palco Axe. 

Zara foi descoberta aos 10 anos de idade na versão sueca do reality show "Got Talent" e, assim como outros nomes do chamado scandipop —Tove Lo, MØ e Lykke Li, por exemplo—, faz pop dançante, de batidas eletrônicas, voz limpa e cheia de agudos. É o tipo de som que se escuta em lojas de roupas como Forever 21 e, sem trocadilhos, Zara.

No caso da cantora, cujos videoclipes no YouTube ultrapassam facilmente a marca de 200 milhões de visualizações, há também referências a R&B e até a dancehall. De barriga à mostra, de top transparente com a palavra “femme” grafada com brilhos, ela abriu o show com “Never Forget You” e arrebatou o público, que cantava e pulava.

Quase ao final da apresentação, Zara dedicou a faixa “Symphony” à vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), morta a tiros no Rio, “uma pessoa que lutou pela justiça e contra a brutalidade policial e inspirou pessoas não só aqui, mas no mundo todo”. Na quarta (21), ela foi à ONG Conectas, onde discutiu a situação dos direitos humanos no Brasil e soube do caso de Marielle.

 

Na maior parte do show, ela seguiu o roteiro de artistas que vêm ao país pela primeira vez, falando frases básicas em português, empunhando uma bandeira do Brasil e se derretendo em elogios ao público paulistano. Antes de “What They Say”, pediu à plateia para ignorar a negatividade que se vê por aí, “em comentários de Instagram”, e emplacou discurso de autoajuda.

No meio da faixa “Don’t Let Me Be Yours”, a cantora fez um mash up com o hit “Shape of You”, de Ed Sheeran, cujo refrão foi cantado por todo o público.

Fã declarada de Beyoncé, a sueca em diversos momentos do show exibe coreografias ao lado de duas bailarinas. Quando, em “I Would Like” e “Ain’t My Fault”, a cantora se empenhou na sensualidade, o público respondeu com gritinhos. A apresentação foi encerrada com o hit “Lush Life”, que empolgou os fãs da sueca.

OH WONDER

Antes, no mesmo palco, o duo inglês Oh Wonder abriu a parte indie do primeiro dia do Lolla. Formado por Josephine Vander Gucht e Anthony West, a banda conquistou o público com canções de pegada electropop e influência de R&B.

Assim como os grupos The XX e Postal Service, o Oh Wonder tem vocais masculino e feminino. Os britânicos, porém, não alternam as vozes, sobrepondo-as na maior parte do tempo.

“Without You” e “Lose It”, faixas do álbum de estreia, que leva o nome da banda, empolgaram o público. Além dessas, canções do disco mais recente, “Ultralife”, de 2017, foram cantadas do começo ao fim pelos fãs. 

A vocalista Josephine correspondeu ao calor da plateia com muitos sorrisos e frases em português —a transmissão do show flagrou um papelzinho com mensagens preparadas preso ao seu teclado. “Estamos muito felizes de estar aqui” e “São Paulo, nós amamos vocês” foram algumas delas.

No palco, minimalista, havia apenas um luminoso com o formato das letras “O” e “W”. Quando apareciam imagens no telão, eram grafismos e texturas de visual moderno.

No mesmo horário, no palco Budweiser, os americanos do Spoon também se apresentavam. Era o início da parte da programação do festival dirigida ao público indie, que ainda assistiria a LCD Soundsystem e Mac DeMarco.

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