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Beleza é questão central no clássico conto 'O Aniversário da Infanta'

Coleção Folha Inglês com Clássicos da Literatura traz Oscar Wilde em versão bilíngue

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O irlandês Oscar Wilde (1854-1900), autor de ‘O Aniversário da Infanta’, terceiro volume da coleção - Reprodução
São Paulo

O clássico conto "O Aniversário da Infanta", de Oscar Wilde (1854-1900), oferece ao leitor a oportunidade de refletir sobre os conceitos tradicionais de beleza e feiura.

A obra é tema do terceiro volume da Coleção Folha Inglês com Clássicos da Literatura, que chega às bancas no próximo domingo (22).

O terceiro volume dá ao estudante de língua inglesa a oportunidade de entrar em contato com a obra deste aclamado escritor irlandês.

Publicado em 1888, o texto nos faz pensar sobre a nossa percepção do belo —tema habitual do autor de "O Retrato de Dorian Gray" (1890). Aborda ainda outros assuntos, como a segregação, a soberba, o amor e a generosidade.

Como nos demais livros da coleção, o texto de "O Aniversário da Infanta" é apresentado em versão bilíngue.

A publicação dá ainda acesso a uma plataforma digital, com versão em PDF e áudio do conto.

O enredo começa com o ensolarado 12º aniversário da infanta em seu castelo na Espanha. A menina, órfã de mãe, ganha uma festa no jardim do palácio, para a qual o rei convida as crianças da cidade.

O rei não participava de festas; esse comportamento incomodava e confundia a herdeira, que por vezes atribuía o afastamento do pai à sua importância diminuta ante as questões do reino.

De uma janela do castelo, o rei lembrava de sua amada ao observar os pequenos. A rainha partira havia 12 anos, meses após a filha nascer.

O amor pela mulher era tão grande que o rei determinara que seu corpo fosse embalsamado, e não enterrado.

A filha fazia com que o rei se lembrasse ainda mais da rainha; assim, ele costumava se manter distante, a fim de escapar dessas memórias e evitar sentir a dor da perda.

Entre as atrações reunidas para a comemoração —um malabarista africano que se apresentava com animais, touradas, danças ciganas e teatro de bonecos— um anãozinho era quem mais divertia as crianças convidadas.

Ele atribui o sucesso à sua dança e seu humor, mal sabendo que o motivo dos risos era a aparência, considerada horripilante pelo público.

O anão acaba se apaixonando pela infanta ao receber uma rosa dela.

Ele tinha um grande coração e uma beleza interior ainda maior. Mas as crianças não conseguiam enxergar isso, apenas a sua aparência.

Ao se deparar com sua própria imagem pela primeira vez em um espelho é que finalmente o anãozinho percebe o motivo dos risos.

sem final feliz

"Nosso primeiro dever na vida é ser o mais artificial possível", escreveria Oscar Wilde em 1894. O belo permeia toda a produção do escritor, que tenta fugir do que se pretende sublime pela ironia e vai contra o que era considerado respeitável à época.

O autor era, no fundo, um provocador contra o conformismo, o vazio, o tédio e a opressão da alta sociedade londrina vitoriana.

Curiosamente, publicou dois livros de contos infantis: "O Príncipe Feliz e Outros contos", em 1888, e "A Casa das Romãs", em 1891 (com o "O Aniversário da Infanta" entre eles).

Contudo, não fosse a presença de elementos de fantasia, o conto aqui apresentado poderia ser identificado como uma trama adulta pois não há o habitual final feliz.

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