Descrição de chapéu Obituário Roberto Farias (1932 - 2018)

Aos 86 anos, morre cineasta Roberto Farias

Diretor ficou conhecido com os longas 'Os Trapalhões no Auto da Compadecida' e a trilogia de Roberto Carlos

O diretor de cinema Roberto Farias em sua casa na Gávea, Rio de Janeiro
O diretor de cinema Roberto Farias em sua casa na Gávea, Rio de Janeiro - Ana Carolina Fernandes - 14.dez.05/Folhapress

Morreu nesta segunda-feira (14) o cineasta Roberto Farias. Ele estava internado no hospital CopaStar, no Rio de Janeiro. A causa da morte ainda não foi divulgada. 

Farias começou sendo assistente de direção e estreou no drama "Maior que o Ódio" (1951) de José Carlos Burle. Também atuou como produtor de diversos filmes.

Como diretor, estreou em 1957 com "Rico Ri à Toa", uma chanchada estrelada por Zé Trindade.

Sua versão de "Assalto ao Trem Pagador" fez sucesso em 1962. Depois, fez vários filmes igualmente populares, com destaque para a trilogia protagonizada por Roberto Carlos: "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura" (1968), "Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa" (1970) e "Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora" (1971).

Essa associação com a velocidade também o credenciou a dirigir o documentário "O Fabuloso Fittipaldi"(1973), com o piloto Emerson Fittipaldi, principal estrela do automobilismo brasileiro à época.  

Em 1982, mudou de gênero com "Pra Frente, Brasil", que mostrava a repressão da ditadura brasileira em longa estrelado pelo irmão, Reginaldo Faria. Cinco anos mais tarde, se juntou aos Trapalhões para as filmagens de "Os Trapalhões no Auto da Compadecida", que levou 2,6 milhões de espectadores aos cinemas.

O ex-chanceler Celso Amorim disse que se orgulha de "como seu sucessor na direção geral da Embrafilme, ter autorizado o financiamento do filme “Pra Frente Brasil”, que, além dos méritos estéticos, constituiu marco importante da luta contra a censura e, de forma mais ampla, no próprio processo de abertura, conforme reconhecido na época pelo colunista Carlos Castelo Branco". 
 

 

O cineasta fundou, em 1965, a Difilme, uma distribuidora independente, com o grupo Cinema Novo.  

Como produtor, esteve associado a vários filmes, como "Lira do Delírio", "O Casamento", "Os Paqueras", "Toda Nudez Será Castigada", "Aventuras com Tio Maneco", "Maneco", "O Super-tio", "Não Quero Falar Sobre Isso Agora".

Além disso, foi presidente do Sindicato Nacional da Indústria Cinematográfica, presidente do Júri do Festival do Cinema do Rio em 1986 e do Festival de Gramado de 2000. 

O ministro da Cultura Sérgio Sá Leitão lamentou a morte do cineasta. "Foi um dos maiores diretores do nosso cinema e também um grande gestor público, com importante contribuição para a política de desenvolvimento do setor", disse. 

O cineasta deixa a esposa Ruth Albuquerque e os quatro filhos, Maurício Farias, Mauro Farias, Lui Farias, Marisa Farias. O velório será na terça-feira (15) no Cemitério Memorial do Carmo, no Rio, o horário ainda não foi confirmado. 

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