Karol Conká encerrou em alta a agenda de shows da Virada deste sábado (19) na Chácara do Jockey, na zona sul, deixando no público a sensação de ter conferido um grande show de uma artista no auge de sua potência.
A cantora curitibana subiu ao palco às 23h08, puxada pelo público aos gritos de "Karol" e acompanhada do DJ Hadji.
Além de interjeições em backing vocals sobre as rimas de Karol, é ele o responsável pelas batidas fortes e de tom grave de músicas como "É o Poder" e "Lista VIP", de pegada meio dançante, quase um Daft Punk hip-hop.
Karol equilibra uma estética de ostentação próxima do rap pop americano, mas não perde legitimidade nem abre mão do engajamento com as causas que são caras à "mulher preta", como se referiu a si mesma.
O público cantou junto com a cantora todo seu repertório e vibrou com suas manifestações sobre feminismo, racismo e discriminação contra os pobres, tanto nas letras quanto em declarações nos intervalos das músicas.
"É fogo nos racistas", disse, antes de cantar a música "Estouro", do rapper Djonga, na qual gravou uma participação.
Ao final, emendou: "E é fogo mesmo, é literal. Tem que matar os racistas. A gente tenta passar uma mensagem de amor, mas se não funciona... Preto tem que ser respeitado! Continua mexendo com a gente pra você ver".
Cerca de 52 minutos após o início do show, a cantora se despediu com "Eu Cresci", dos versos:
"Presenciei tudo isso dentro da minha família/ Mulher com olho roxo, espancada todo dia/ Eu tinha uns cinco anos, mas já entendia/ Que mulher apanha se não fizer comida/ Mulher oprimida, sem voz, obediente/ Quando eu crescer, eu vou ser diferente."
Ao final do show, parte do público procurou a saída, mas ainda seguiam cheias festas dos coletivos ODD, Goptun, Capslock e Vampire Haus. Também era boa a presença na festa Dubversão Sistema de Som, na pista de skate.
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