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Em crise, editoras comemoram aumento de vendas na Bienal

Apesar do público levemente menor do que na edição passada, casas registraram alta no faturamento

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Movimento nos corredores da Bienal do Livro
Movimento nos corredores da Bienal do Livro - Joel Silva/Folhapress
São Paulo

Apesar da crise que o mercado editorial atravessa —agravada pelos atrasos de pagamentos das grandes redes de livrarias—, os editores comemoram um improvável crescimento nas vendas na Bienal do Livro de São Paulo, que terminou neste domingo (12).

Ainda que o número de visitantes tenha se mantido praticamente o mesmo —com uma redução de cerca de 3%, de 684 mil pessoas em 2016 para 663 mil neste ano—, editoras consultadas pela Folha relatam uma alta tanto no faturamento quanto no número de exemplares vendidos.

A Sextante, por exemplo, teve um crescimento de 50% em volume de vendas em relação à Bienal passada. A editora trouxe a São Paulo um dos principais autores convidados do evento, o americano A.J. Finn (“A Mulher na Janela”).

O segmento brasileiro da casa americana Harper Collins relata aumento semelhante, mas em relação à Bienal do Rio, que, tradicionalmente, recebe mais público e garante mais lucro às editoras. De acordo com Fernando Garcia, gerente de contas em São Paulo, o faturamento cresceu cerca de 50% com relação ao evento carioca.

A Record, por sua vez, comemorou alta de 5% em exemplares vendidos e de 10% em receita. Para o diretor de marketing e comunicação da casa, Bruno Zolotar, o crescimento da Bienal só não foi maior por conta do movimento de segunda a quinta —de fato, esta edição do evento teve picos nos fins de semana, mas com um último dia esvaziado pelo Dia dos Pais.

A feira, neste ano, ocorreu um mês antes do período habitual—na edição anterior, foi de 26/8 a 4/9. A ideia, de acordo com a Câmara Brasileira do Livro, era coincidir com a data em que as famílias recebem salários.
“Fizemos muitos eventos e isso ajudou. Tínhamos previsto um com a [escritora] Carina Rissi, mas acabamos fazendo quatro por causa da demanda. Venderam-se bem livros para o público feminino de 20 a 35 anos e também autoajuda”, diz Zolotar.

A mesma tendência se repete na editora luso-brasileira LeYa, que teve sua melhor Bienal desde o início das operações no Brasil, com um crescimento de vendas de 20%.

A mineira Autêntica relata o mesmo aumento, ressaltando que concentrou  lançamentos importantes na Bienal —com 17 autores na programação e uma estratégia de divulgação focada em blogueiros.
Nem vale mais destacar o óbvio, mas a Bienal continua um evento focado no público jovem, que compareceu em peso ao pavilhão do Anhembi.

Segundo Uriel Fernandes, diretor comercial da editora paulistana Martin Claret, a presença do público adolescente foi fator decisivo para o aumento no faturamento da editora, de 15%.

“A impressão, principalmente no último sábado, é que havia muitos adolescentes circulando. Acho que a divulgação feita neste ano, principalmente por blogueiros, conta como fator importante para o aumento nas vendas.”

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