Guilherme Novelli
São Paulo

Numa mecânica de carros de luxo nos Jardins, em São Paulo, Elettra Lamborghini gostou da ideia de ser entrevistada dentro de um Lamborghini Aventador, no valor de R$ 4,5 milhões, com portas gaivota e apenas 200 quilômetros já rodados.

O veículo teve que ficar parado por exigência do dono, que preferiu não se identificar. "Tenho conexão com a marca, sou uma herdeira, acionista, mas não quero falar disso, porque estou iniciando uma carreira como cantora", diz a italiana de Bolonha, cujos singles "Pem Pem" e "Mala" alcançam, somados, 84,7 milhões de visualizações no YouTube.

Mignon e formosa, a intérprete de 24 anos tenta se desvencilhar da fama do avô, Ferruccio, criador da marca de automóveis, e também do pai, Torino Lamborghini, dono da grife de relógios que leva o próprio nome.

Quando começou na TV, com participações em realities como o BBB Brasil do ano passado, a imprensa sempre exigia fotos e vídeos dela com Lamborghinis. "Não quero mais que as pessoas digam que estou na televisão só por causa do meu sobrenome."

A cantora de olhos azuis, que combinam com o carro emprestado, veio a São Paulo para participar de eventos com influencers digitais.

Na semana passada, ela cantou seus dois singles e puxou o hino do Corinthians, na abertura da final da Copa do Brasil contra o Cruzeiro, no Itaquerão. Tanto aqui quanto em suas apresentações pelo mundo, Elettra escolhe bailarinas afrodescendentes locais —as quatro que a acompanharam no último show integram o programa Responsabilidade Social Corinthians.

A fama que ganhou, em parte, foi por causa do seu estilo provocante e sex appeal, além de declarações picantes e de duplo sentido. "Pode ser que os homens se sintam atraídos por mim, mas sou bastante fria com eles. Sou uma monja, praticamente."

A calça snap archive, com botões na lateral, permite entrever as tatuagens de onça no bumbum. Já a jaqueta modelo bomber é inspirada na obra de Van Gogh. Isso sem falar nos 42 piercings por todo o corpo, alguns retirados antes dos shows para não enroscarem na meia calça.

Ela gosta de ouvir o funk brasileiro, mas nega tal influência. "Não me inspirei em nenhum cantor de funk brasileiro e meu rebolado é diferente do de Anitta."

Além da música, Elettra segue na TV italiana como apresentadora do reality "Ex on the Beach", da MTV. "Também fui convidada para ser jurada em um programa de calouros", adianta. Há três anos, ela faz aulas de canto e está agora de mudança para Miami, onde terminará de gravar seu primeiro álbum.

"Mala" e "Pem Pem" falam de sexo, maconha, álcool, e sugerem que a cantora é malvada, uma diabinha. "Na verdade, sou superbondosa, nunca experimentei maconha, não bebo, só tomo leite de soja. E fico bêbada com leite de soja, pelo efeito que o açúcar me causa, não sei se você se lembra das festas do BBB 17", diz. "Também não pratico pem pem", acrescenta, referindo-se ao ato sexual.

Em sua participação no reality show, ela diz que não se sentiu atraída sexualmente por nenhum membro da competição. Bissexual assumida, está saindo com uma "celebridade", mas ainda não quer revelar o nome. "Se não estou apaixonada, não faço nada, sou supermonja. Mas se me apaixono, faço sexo em qualquer lugar", ela conta.

Em 2016, posou para duas revistas masculinas, a Playboy italiana e a espanhola Interviú. "Nesses dois ensaios, não estava completamente nua. Muitas outras revistas me convidam, mas não estou mais a fim disso, minha vida mudou muito."

Seus familiares acham que sua personalidade lembra muito a do avô, morto em 1993, um ano antes do seu nascimento. Diga-se de passagem, a marca Lamborghini foi criada como consequência de uma crítica dele que foi mal recebida por Enzo Ferrari sobre falhas na suspensão do automóvel. Ferruccio Lamborghini, agricultor e fabricante de tratores, criou o primeiro modelo de seu carro esportivo como uma espécie de vingança pelo desentendimento.

Bastante à vontade dentro do Lamborghini, mesmo na tentativa de se desvencilhar da marca, a cantora conta que seu primeiro nome é uma referência a Electra, filha do rei Agamenon na mitologia grega.

Antes de nascer, sua mãe queria que chamasse Angélica, como um anjo, e seu pai, Selvaggia, selvagem, em italiano. Decidiram por Elettra.

"No fim, sou meio selvagem e não tenho nada de angelical, além do rosto", diz, para logo se contradizer. "Na verdade, eu me sinto angelical, mas, quando alguém ataca quem eu gosto, posso ser bem malvada."

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