Série 'Sex Education' trata dos problemas sexuais dos jovens com humor

Protagonista é filho único de uma terapeuta especializada em sexo que repudia a ideia de ter uma relação estável.

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um jovem e uma senhora no sofá
Gillian Anderson e Asa Butterfield em Sex Education (2019), da Netflix - Divulgação
São Paulo

Sex Education

  • Onde Disponível na Netflix
  • Elenco Gillian Anderson, Asa Butterfield, Emma Mackey
  • Criadora Laurie Nunn

O protagonista de “Sex Education”, a nova versão do subgênero “adolescentes cheios de hormônios sem nenhuma experiência”, é Otis Milburn (Asa Butterfield, o menino dos olhos azuis  de “A Invenção de Hugo Cabret”), um garoto de 16 anos que tem ataques de pânico quando tenta se masturbar e ainda nem sonha em perder a virgindade.

Ele é filho único de uma terapeuta especializada em sexo, Jean (Gillian Anderson, de “Arquivo X”, excelente), que repudia a ideia de ter uma relação estável. A liberdade total com que a mãe trata sua própria sexualidade, somada a uma casa toda decorada com falos e gravuras pornográficas (onde fica seu escritório, em que atende pacientes e faz workshops), além da falta de barreiras que ela tem no tratamento com o filho, são os maiores suspeitos para a travação de Otis.

 Mas é na escola em que ele estuda que se concentra a maior parte das cenas. A minissérie em oito episódios de mais ou menos uma hora cada um começa no primeiro dia do ano letivo. 

Otis e seu melhor amigo, um menino negro e abertamente gay, Eric (Ncuti Gatwa), parecem ser os únicos que não conseguem avançar no território sexual. Adam (Connor Swindells), o valentão da escola filho do diretor ultraconservador e linha dura, persegue Eric.

 Sem nenhuma vivência de relacionamentos, Otis percebe que tem bons palpites para dar na vida dos outros a partir de um encontro com Adam no banheiro da escola, onde este tenta se esconder e se livrar de uma megaereção causada por três comprimidos de Viagra. 

Adam tem um pênis imenso e não consegue gozar, o que frustra sua namorada. Toma as pílulas para tentar resolver o problema com a menina, mas ela não pode ir ao encontro. E, sem ver outra saída, pede ajuda a Otis no banheiro.

 Ele conversa com o valentão e o acalma, e do episódio surge uma ideia, que ele compartilha com Maeve (Emma Mackey), a menina mais punk da turma e por quem ele tem uma queda. Os dois decidem então abrir um serviço de terapia sexual e sentimental para os alunos da escola com problemas na área.

 Ela fica responsável por encontrar os clientes, marcar os encontros e cobrar pela consulta; dinheiro que os dois dividem no final. Se a premissa parece improvável, é porque é mesmo quase impossível pensar em adolescentes abrindo suas intimidades para o nerd virgem da escola. 

Mas a série é tão bem roteirizada, atuada e dirigida que dá para acreditar que a situação poderia acontecer.

 Depois de um começo nada promissor, logo a fama de Otis de ótimo conselheiro se espalha pelo colégio e ele se vê tratando de problemas tão diversos como o de uma garota que odeia seu corpo e só quer transar de luz apagada, um casal de lésbicas que não consegue sentir prazer no sexo e até o de um menino virgem que não tem problema nenhum com isso mas quer ser visto passando um tempo com Otis para fingir que já tem uma vida sexual.

 Otis começa a ter uma agenda mais concorrida que sua mãe. Mas, ao mesmo tempo em que ajuda seus colegas, só complica a própria vida. Agora, além de não conseguir se masturbar, se apaixona perdidamente por sua parceira de clínica, e não é correspondido.

Ela tem um caso com o nadador-estrela da escola, Jackson (Kedar Williams-Stirling), mas não está disposta a ser namorada de ninguém. 

​Maeve tem uma vida mais difícil que a dos outros colegas, é a mais pobre da turma, mora sozinha em um trailer e não tem com quem contar. Acredita que um namorado, seja quem for, é apenas uma outra pessoa que vai decepcioná-la.

 O que diferencia esse programa de outros do mesmo gênero é que, ainda que existam bullying, meninas más, atletas, a menina fácil, todos eles têm outros aspectos e mais profundidade que a maioria dos personagens apresentados com esses estereótipos em filmes ou seriados anteriores.

 E, claro, tem o fator Netflix. Por não ser um produto de um canal de televisão, mas sim de um serviço de streaming, pode mostrar todo o sexo que quiser. E “Sex Education” usa e abusa desse direito.

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