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Televisão

Em 'The Umbrella Academy', o que vale é a viagem

Trilha sonora e interação entre personagens são pontos fortes de atração, que deixa pontas soltas

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The Umbrella Academy

  • Onde Disponível na Netflix
  • Elenco Ellen Page, Tom Hopper, David Castañeda
  • Produção Estados Unidos, 2019
  • Criador Jeremy Slater

Num dia qualquer de 1989, 43 bebês nascem de mulheres que não estavam grávidas até o momento do parto. Sete deles são comprados pelo bilionário excêntrico sir Reginald Hargreeves (Colm Feore), que os treina para combater o crime. Eles são os membros da Umbrella Academy (academia do guarda-chuva).

E essa é a premissa de um programa de dez episódios de mais ou menos uma hora cada um da Netflix. É uma adaptação para a TV da HQ criada por Gerard Way (do My Chemical Romance) e desenhada pelo brasileiro Gabriel Bá. 

Bá e seu irmão gêmeo, Fábio Moon, são os autores de, entre outras, “Daytripper”, vencedora do prêmio Eisner. Na série, Bá é também produtor executivo.

A história fica pouco no passado. Logo avança para os dias de hoje, em um universo paralelo, e os irmãos estão cada um em seu canto, tentando passar despercebidos. Um deles morreu, uma não parece ter nada especial (Ellen Page), mas os outros cinco têm superpoderes. E se reúnem depois de muitos anos para investigar a morte do patriarca.

 Chamados por números pelo pai frio e severo, o número um é Luther (Tom Hopper), que tem força sobre humana e passou os últimos quatro anos sozinho em uma estação lunar; número dois é Diego (David Castañeda), que faz o que quer com facas e combate o crime na Nova York estilosa em que se passa a trama; a três é Allison (Emmy Raver-Lampman), uma celebridade que consegue mudar a realidade quando espalha um rumor.

Além deles, há o quatro, Klaus (Robert Sheehan), um junkie que se comunica com os mortos; o cinco, que não tem um nome próprio (Aidan Gallagher) e é um garoto de 13 anos que viaja no tempo, preso ao seu corpo de adolescente, e sete, Vanya (Ellen Page), uma violinista sem poder nenhum, considerada pária na família por ter escrito uma biografia contando os segredos de sua educação, de seus irmãos e as  estranhezas do pai.

Seis é o irmão que morreu, e a mãe é um robô inventado pelo marido para cuidar das crianças ao lado de Pogo, um mordomo chimpanzé.

A série deixa muitas questões no ar, e, ao longo dos episódios, duvido que os telespectadores se lembrem de como cada subtrama começou. 

Mas isso não quer dizer que não seja prazerosa de assistir. A mistura de drama e comédia, com muita ação, promove uma imersão no mundo em que se passa, sem regras claras. 

O visual muito bem cuidado lembra os filmes de Tim Burton com pitadas de Wes Anderson. A trilha sonora matadora aumenta a vontade de passar mais tempo naquele lugar.

 No momento em que Mary J. Blige surge como uma assassina talvez alienígena chamada Cha-Cha, que trabalha em dupla com o grandalhão Hazel (Cameron Britton), já não está muito claro quem persegue e quem é perseguido, muito menos os porquês. 

Mas número cinco está ameaçado, talvez por ter presenciado no futuro um acontecimento que agora luta para evitar.

 As cenas em que os irmãos interagem são as mais complexas, e nessas horas a série ganha. Mas perde quando volta muito ao passado, revelando as origens de cada um deles. 

O interessante é o quão humano cada personagem é, apesar dos poderes. Estranhamente, o foco da história não é o que realmente importa aqui. É a viagem que vale.

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