Dez segredos, surpresas e 'Easter eggs' que você encontrará em 'Toy Story 4'

Bo é inspirada na imagem de Rosie, a rebitadora, e Forky foi desenvolvido em oficina

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Toy Story 4 tem novo brinquedo: garfo de plástico

Toy Story 4 tem novo brinquedo: garfo de plástico Divulgação/Pixar

MICHAEL CAVNA
The Washington Post

Jonas Rivera, produtor de "Toy Story 4", conta sobre um de seus momentos favoritos na Pixar Studios. Os membros de equipe de criação do filme haviam desenvolvido um personagem secundário —um brinquedo que anda de moto— e estavam interessados em contratar Keanu Reeves para fazer a voz.

O problema era que o personagem foi concebido "apenas como piada", recorda Rivera —um motociclista aventureiro canadense chamado Duke Caboom, dublê de cenas de ação que evoca a era de Evel Knievel e cujo diálogo envolveria apenas algumas tiradas curtas e engraçadas.

A Pixar se interessou pela ideia, depois de um teste "cego" de som, mas Reeves solicitou uma reunião —um almoço— antes de aceitar o convite. O ator dos filmes de ação da série "John Wick" chegou ao estúdio da Pixar, em Emeryville, no estado americano da Califórnia, em sua moto —e tinha questões.

"Duke está zangado com Rejean?", perguntou Reeves, sobre o menino que um dia foi dono do brinquedo. "Está zangado com o comercial de TV que o popularizou?"

"Ficamos desenvolvendo o personagem ao longo do almoço", disse Rivera, e Reeves "começou a se transformar em Duke, bem na nossa frente, dando os golpes de caratê e subindo em uma mesa. As pessoas passavam por lá e mal conseguiam acreditar: 'ei, aquele é o Keanu?'".

"Ele se transformou no personagem, desenvolvendo emoções, assumindo os seus traços, como se estivesse interpretando um protagonista. É uma delícia trabalhar com ele", disse Rivera.

Ao final do processo de colaboração, Duke Caboom havia se convertido em um personagem tridimensional, capaz de roubar cenas —mais um momento brilhante no ano vitorioso de Reeves.

Abaixo, alguns outros segredos da produção, surpresas e "Easter eggs" do filme, alguns dos quais são tema do livro "The Art of Toy Story 4" (Disney/Pixar/Chronicle Books).
 

Tinny faz uma ponta

O brinquedo, uma espécie de banda plástica de um homem só, está entre os muitos itens antigos que o filme mostra. Rivera disse ao The Washington Post que a presença de Tinny é uma citação a "Tin Toy", um curta de John Lasseter que ganhou um Oscar na categoria de curtas de animação em 1998 e ajudou a aproximar a Pixar da produção de longas.

Bo foi inspirada por Rosie, a rebitadora

O Team Bo —a equipe de mais de uma dúzia de talentos da Pixar que colaborou para recriar uma Bo Peep mais ousada para o novo filme— trabalhou com diversas versões da pastorinha aventureira. Em uma dessas versões, Bo, durante uma missão em uma loja de antiguidades, usava um macacão azul e um lenço de cabelo vermelho —um "look" inspirado pelos cartazes da rebitadora Rosie, uma imagem emblemática da Segunda Guerra Mundial nos Estados Unidos.

Forky nasceu em uma oficina de animação 3D

Forky, um brinquedo artesanal novo e frenético criado por Bonnie, a menina do jardim de infância, usando "sporks", não foi desenhado usando só computadores ou blocos de ilustração. Em lugar disso, em um exercício que aproxima a criação do personagem e a criação  do brinquedo por Bonnie, a Pixar montou um "forkshop", um workshop no qual seu pessoal usou peças avulsas, incluindo "sporks" (uma mistura de colher e garfo) para criar modelos.

A loja de antiguidades originalmente era mais parecida
com um encontro entre 'Star Wars' e 'Uma Noite no Museu'

Boa parte da ação de "Toy Story 4" transcorre em uma loja de antiguidades, mas em uma versão inicial a loja era "uma grande cidade" que "ganhava vida à noite", de acordo com o livro "The Art of Toy Story 4". A cidade de brinquedo girava em torno de uma competição econômica letal, na qual brinquedos vendiam, compravam e trocavam peças para realizar reparos e melhoras, tudo isso na esperança de que uma nova criança os escolhesse.

O flashback de Bo era mais longo

Bo e Woody se reúnem em "The Art of Toy Story 4" e houve uma versão do filme que incluía uma explicação visual da jornada de Bo, de parte da coleção de brinquedos de Andy para a vida dura de um brinquedo doado, quebrado e guardado por muito tempo sem que ela encontrasse um novo dono. Embora comovente, escreve o diretor Josh Cooley em "The Art of Toy Story 4", "o flashback terminou cortado, com a evolução da história".

O homem que não estava lá

Inicialmente, a loja de antiguidades do filme era dirigida por um casal de velhos, Margaret e Dan —inspirados pelos desenhos de Ollie Johnston, um dos reverenciados "Nove Anciões" dos estúdios Disney. Margaret ficou no elenco, na voz de June Squibb ("Nebraska"), mas Dan terminou cortado.

Bunny era o guardador das fitas

Ducky e Bunny, os brinquedos de pelúcia distribuídos como brindes em quermesses, interpretados por Keegan Michael Key e Jordan Peele, passaram por múltiplas versões —Bunny, em dado momento, era um brinquedo que contava histórias e tinha um toca-fitas na barriga. O nome dessa versão do personagem era Buster Cottontale.

Os bonecos de ventríloquo revelam uma paixão do diretor

"Amo bonecos de ventríloquo. Tinha um, quando era menino", disse Cooley ao The Washington Post sobre os motivos pelos quais a loja de antiguidades tem tantos bonecos sinistros de ventríloquo, todos seguindo as ordens da "vilã", a boneca Gabby Gabby. "Sou grande fã deles, em 'Além da Imaginação' e filmes de terror."

Novas participações lendárias virão

"Ainda não acreditamos que todos eles tenham aceitado", disse Cooley sobre ter convencido quatro lendas da comédia a emprestar suas vozes a personagens: Mel Brooks, Carol Burnett, Carl Reiner e Betty White.
E os personagens deles terão "tempo considerável na tela", diz o produtor Mark Nielsen, ao retomarem seus papéis em um curta, que deve ser lançado em novembro, intitulado "Forky Asks a Question". 

Tradução de Paulo Migliacci

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