Descrição de chapéu Televisão

Versão realista de 'Arquivo X' estreia no país depois de virar hit nos EUA

'Projeto Livro Azul' é baseada em casos verídicos arquivados pelo governo americano

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Los Angeles

Um brilhante astrofísico é recrutado pela força aérea americana para investigar milhares de casos de aparições de objetos não-identificados pelos Estados Unidos, mas a intenção do governo passa longe de divulgar a verdade para o público.

Se a descrição lembra a cultuada “Arquivo X”, não é por acaso. Afinal “Projeto Livro Azul”, a nova série roteirizada do canal History, é baseada nos casos verídicos arquivados pelo governo americano entre as décadas de 1950 e 1960 —alguns deles, fontes de inspiração para as aventuras dos agentes Mulder e Scully.

Seguindo a diretriz realista do canal, o programa —que estreia em 10 de agosto— tenta beber o máximo possível dos relatórios homônimos que foram abertos ao público no início dos anos 2000. 

“Reconhecemos a importância de ‘Arquivo X’, mas nossas histórias caminham na direção da verdade o tempo todo”, explica Sean Jablonski, roteirista e produtor da série. “A verdade dos relatórios secretos é fascinante e podemos brincar com as perguntas nunca respondidas por eles.”

É quando entra em cena o doutor J. Allen Hynek, vivido pelo ator irlandês Aidan Gillen, em seu primeiro papel desde que saiu de cena como o Mindinho de “Game of Thrones”. Hynek não apenas foi um dos mais famosos estudiosos de OVNIs do mundo, mas escreveu livros sobre o assunto e serviu de consultor técnico de filmes como “Contatos Imediatos do Terceiro Grau” (1977), de Steven Spielberg.

“Sou da geração que ficou obcecada com ‘Contatos Imediatos’, então meu interesse no assunto ufológico surgiu ali”, diz Gillen à Folha. “Interpretar o homem que inspirou Spielberg é como fechar um círculo.”
Na série criada por David O’Leary e produzida pelo cineasta Robert Zemeckis (“De Volta Para o Futuro”), Hynek é recrutado em 1952 para trabalhar no projeto clandestino com o capitão Michael Quinn (Michael Malarkey). Inicialmente, a intenção era separar as estranhas ocorrências alienígenas dos falsos relatos. “A maioria dos casos possuía uma explicação lógica, mas até hoje há uma porcentagem deles que nunca foi esclarecida”, explica o ator.

Com o avanço dos estudos e das investigações, o governo americano da época começa a censurar as descobertas do astrofísico. “Ele sabia o que estava acontecendo, mas preferiu ficar no projeto porque era um cientista. A curiosidade era maior”, acredita Gillen. 

A distorção da verdade, algo tão comum hoje em dia, passou a ser função do general James Harding (Neal McDonough), que vira o antagonista da série. “O Projeto Livro Azul foi o primeiro veículo de propagação de fake news”, brinca McDonough. “Meu personagem dissemina mentiras e desinformação para esconder a verdade e, na sua visão, proteger o público.”

Nos dez episódios em que se transcorre a série, Hynek e Quinn investigam aparições relatadas por militares nos céus de Fargo, o encontro com um suposto alienígena numa fazenda da West Virginia e até um programa secreto conduzido por ex-cientistas nazistas. 

Divulgar a produção como uma história baseada em relatos reais oficiais foi um acerto. Ela virou um sucesso nos EUA, com uma audiência média de 3,5 milhões de espectadores, um recorde para o canal History. Semana passada, foi anunciada a renovação para a segunda temporada.

“Os OVNIs nunca saíram de moda. Temos relatos de aparições até hoje, inclusive de militares treinados para observar os céus. 

Mas as pessoas veem as notícias e dão com os ombros”, conta ele, mas admitindo que o fascínio dos estudiosos e da população não é o mesmo de quando assistiu “Contatos Imediatos” pela primeira vez. “Talvez os alienígenas tenham se cansado da gente.”

Projeto Livro Azul — Estreia neste sábado (10), às 22h30, no canal History 

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.