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Documentário discute de maneira prática relação de famílias com diferentes preconceitos

'Longe da Árvore' aborda questões como homossexualidade, nanismo e síndrome de Down

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Longe da Árvore

  • Quando Estreia nesta quinta (sessões gratuitas até domingo, dia 22/9)
  • Classificação Livre
  • Produção EUA, 2017
  • Direção Rachel Dretzin e Jamila Ephron

“Longe da Árvore” não é um filme para mudar a história do documentário, nem se pretende assim. Sua virtude consiste em discutir, de maneira bem prática, isto é, para além de considerações teóricas, a relação com pessoas que tendemos a acreditar “anormais”.

Os personagens que desfilam ao longo do filme, com síndrome de Down, autismo, nanismo, homossexuais, não pedem uma obra maior que explane seus casos. O objetivo claro do filme é levar o espectador a refletir sobre como encarar o diferente.

São o outro da sociedade, aqueles que ninguém quer ver ou entender. O caso central talvez seja o da homossexualidade, já que o filme se baseia no livro de Andrew Solomon, e que ele mesmo, no longa, comenta a dura trajetória para reconhecer a homossexualidade, bater-se contra ela, tentar curas, como se se tratasse de uma doença.

Cena do documentário "Longe da Árvore"
Cena do documentário "Longe da Árvore" - Andrew Solomon/Divulgação

Que dizer dos demais casos? A síndrome de Down é uma questão genética. O nanismo também...

Para tais casos duas questões se colocam: como sobreviver num mundo que os julga continuamente e como devem sentir-se os pais.

A julgar pelos casos expostos pelo filme, a aceitação pelos pais é a parte mais difícil. Assim como no caso dos autistas, trata-se de dedicar a vida a tornar a condição dos filhos suportável e de conviver com o que lhes parece ser a culpa de ter filhos assim.

Para todos os casos o filme mostra que o problema principal é o preconceito que envolve as vítimas e a repercussão disso sobre os pais, que se vêm como responsáveis pelo destino dos filhos.

Um caso destoa dos anteriores, o de Trevor, que aos 16 anos matou uma criança de oito anos. Sim, o estigma da culpa recai sobre a família, e a pergunta é a mesma: o que eu fiz de errado? No entanto, trata-se aqui de um mistério de natureza legal.

De modo geral “Longe da Árvore” sustenta a necessidade de a sociedade mudar seu modo de olhar pessoas enquadráveis como fora da norma —por mais que o normal seja uma ficção. A virtude do filme, aqui, não é a criação de um pensamento original, mas a clareza e o didatismo.

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