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Celebrada por membros do governo, CNN Brasil promete independência partidária

Sócio majoritário, maior empreiteiro dos programas federais de habitação, diz que política hoje é melhor do que no passado

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São Paulo

Era uma festa para reforçar o elo entre a CNN Brasil e a CNN original, o menos partidário dos três canais de notícia dos Estados Unidos.

Uma comitiva de 15 pessoas estava para embarcar, inclusive Jeff Zucker, presidente mundial da CNN e referência da mídia americana. Mas o coronavírus levou à suspensão, e Zucker terminou falando só por mensagem de vídeo no lançamento nesta segunda-feira, em São Paulo.

“Nunca houve um momento tão importante para o jornalismo”, afirmou o executivo. “E nunca houve um momento mais importante para o lançamento da CNN Brasil.”

O sócio majoritário da franquia brasileira, com 65% do capital, o empresário Rubens Menin, maior empreiteiro dos programas federais de habitação, fez então o principal discurso da noite. Declarou, lembrando as manifestações de seis anos atrás: “Eu vejo a política hoje muito melhor do que no passado”.

Lembrando Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes, disse que um dos motivos que o levaram a investir no canal é o fato de o Brasil ainda ser “um lugar onde se faz negócios com dificuldade”, problema que a emissora ajudaria a enfrentar.

O presidente em exercício, general Hamilton Mourão, deu “boas vindas à CNN no Brasil, em nome do presidente Jair Bolsonaro”, e disse estar “almejando que a sua inserção no mercado da notícia no país areje a imprensa”. Acrescentou que “nossa democracia precisa de uma imprensa à altura”.

O presidente-executivo da CNN Brasil e sócio minoritário da franquia, com 35% do controle, Douglas Tavolaro, anunciou que a estreia do canal no domingo, dia 15, será às 20h —o site cnnbrasil.com.br entra no ar duas horas antes.

Com isso, abafou especulações de que a data teria sido escolhida para favorecer as manifestações contra o Congresso e o Supremo apoiadas e promovidas por Bolsonaro.

Os estúdios da CNN Brasil ficam na avenida Paulista, que deve concentrar os atos, mas o programa inicial, chamado CNN no Ar, será de festa, com reportagens especiais e a presença de todos os âncoras.

Entre eles, Evaristo Costa, ex-Globo, que será o apresentador da revista dominical CNN Séries Originais.

A partir do dia 16 de março, começa a programação regular, com programas diários como CNN Novo Dia, com Reinaldo Gottino, ex-Record, e Caio Coppolla, ex-Jovem Pan; Expresso CNN, com Monalisa Perrone, ex-Globo, e Daniela Lima, ex-Folha e TV Cultura; e o Jornal da CNN, com William Waack, ex-Globo.

Este, questionado sobre a possibilidade de postura governista do novo canal, respondeu que se trata de “um projeto profissional, sem nenhum tipo de dependência político-partidária governamental”. “É um projeto dedicado a aumentar o número de vozes na mídia brasileira”, disse.

A CNN Brasil estará no mesmo canal, 577, nas principais operadoras de TV paga do país, Claro/Net, Sky, Oi e Vivo. O presidente da Claro Brasil, José Félix, estava no lançamento, mas não discursou.

Pela iniciativa privada, falaram os presidentes do banco Santander no Brasil, Sergio Rial, e da Cielo, Paulo Caffarelli, ambos patrocinadores fundadores do canal, junto com a Volkswagen. Caffarelli enfatizou o trabalho conjunto a ser realizado com o CNN Lab, um estúdio de conteúdo patrocinado, ligado ao departamento comercial.

Além dos três, também fecharam cotas com a nova emissora as empresas 99, IBM, Magazine Luiza e Nestlé. Tavolaro, em seu pronunciamento, enfatizou o apoio empresarial. “Obrigado a todos os anunciantes, marcas e representantes do mercado publicitário que estão conosco. Sem vocês não há jornalismo de qualidade.”
 

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