Ouça dez músicas essenciais para conhecer a carreira de Aldir Blanc

Compositor morreu nesta segunda, aos 73 anos, depois de ficar dias internado em estado grave

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São Paulo

Um dos compositores mais celebrados da música brasileira, Aldir Blanc teve sua carreira marcada por grandes sucessos, imortalizados por vozes como as de Fafá de Belém, de Nana Caymmi e de Elis Regina, talvez sua colaboradora mais recorrente.

Blanc morreu nesta segunda-feira (4), aos 73 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado em estado grave por causa do novo coronavírus.

Ao lado de João Bosco, criou músicas atemporais da MPB e do samba, como “Dois pra Lá, Dois pra Cá” e “O Bêbado e a Equilibrista”. Conheça abaixo dez músicas essenciais para entender a trajetória do músico e compositor.

Amigo É pra Essas Coisas
​Um dos primeiros grandes sucessos de Aldir Blanc, a música foi criada em parceria com Sílvio da Silva Jr. e conquistou o segundo lugar no Festival Universitário da Música Popular Brasileira de 1970, ocasião na qual foi interpretada pelo grupo MPB-4.


Bala com Bala
Fruto da parceria com João Bosco, foi uma das primeiras canções da dupla oferecidas à cantora Elis Regina, que a escolheu para o álbum “Elis”, de 1972.


Dois pra Lá, Dois pra Cá
Também entoado por Elis Regina, o bolero se tornou um dos grandes sucessos da carreira da cantora, que o gravou junto a uma leva de outras composições vindas da parceria entre Blanc e Bosco.


Cabaré
Um tango, a gravação na voz de Elis Regina foi elogiada por Astor Piazzola, um dos maiores nomes do gênero argentino. “Que fabuloso escutar ‘Cabaré’, está muito bem feito”, disse ele em entrevista à Folha nos anos 1970.


O Bêbado e a Equilibrista
Um dos mais poderosos hinos contra a ditadura militar, foi imortalizada na voz de Elis Regina e tinha uma série de menções a figuras perseguidas no período, como às viúvas de Manoel Fiel Filho e de Vladimir Herzog, e a Herbert José de Sousa, irmão do cartunista Henfil. Surgiu como uma homenagem que Bosco queria fazer a Charles Chaplin, morto em 1977.


Rancho da Goiabada
A triste letra da canção mostra a vida sofrida e simples dos boias-frias, que, diante da pobreza do campo, sonham com “goiabada cascão, com muito queijo, depois café”. Foi mais uma parceria de sucesso com Bosco.


Incompatibilidade de Gênios
Blanc e Bosco também se juntaram para a canção, que tratou de um tema recorrente na obra da dupla: a vida conjugal. Na letra, um marido reclama das brigas com a mulher, que tem personalidade oposta à do eu-lírico.


O Mestre-sala dos Mares
A canção chegou a ser censurada pela ditadura militar, por abordar a vida do líder da Revolta da Chibata, ocorrida em 1910. A letra era um esforço para recuperar um personagem soterrado pela história e, por mencionar um movimento contra as forças políticas, não foi vista com bons olhos pelo regime.


Resposta ao Tempo
Imortalizada na voz de Nana Caymmi, a parceria de Aldir com Cristovão Bastos foi um sucesso nas rádios nos anos 1990, impulsionada pela minissérie “Hilda Furacão”, da Globo, que a escolheu como tema de abertura. Mais tarde, foi entoada por importantes nomes da música brasileira, como Milton Nascimento e Fafá de Belém.


Vida Noturna
Carro-chefe do disco homônimo lançado em 2005, o único em que Blanc interpretou todas as faixas, traz a voz do artista e de Bosco acompanhada somente de piano e violão.

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