Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, critica Bolsonaro e revela decepções com Lula

Vocalista do Capital Inicial diz que, embora tenha votado em Fernando Haddad, tem ressalvas ao PT

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São Paulo

Dinho Ouro Preto não se furta de discutir política e as eleições de 2022 ao receber a reportagem em sua casa, no bairro paulistano dos Jardins, para apresentar as comemorações de 40 anos do Capital Inicial, grupo que tem em sua gênese composições politizadas, como "Que País É Este" e "Veraneio Vascaína", escritas por Renato Russo antes da dissolução do Aborto Elétrico.

Retrato de Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial
Retrato de Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial - Bruno Santos/Folhapress

À Folha o vocalista afirma que, embora tenha votado em Fernando Haddad no pleito passado, suas ressalvas ao Partido dos Trabalhadores, o PT, não deixaram de existir e até se acentuaram desde então, entre elas a "aproximação com Cuba e Venezuela", países que vivem sob ditaduras de esquerda, e o "culto à personalidade" de Lula.

Mas, se se antes ele preferia dedicar "Que País É Este" tanto a políticos de esquerda quanto de direita, detonando de uma só vez tanto Aécio Neves e Michel Temer quanto Dilma Roussef, como fez no Rock in Rio de cinco anos atrás, hoje suas críticas têm um direcionamento mais específico —o presidente Jair Bolsonaro, do PL.

"As músicas do Capital Inicial não são partidárias, mas eu tomo mais partido do 'fora, Bolsonaro'. Olho para a Esplanada dos Ministérios e discordo de tudo que tem sido feito. Inflação, recessão, desemprego, fome. Qual é o legado positivo desse homem?", pergunta. "É importante que haja alternância de poder, mesmo que em algum momento a direita vá comandar o Brasil. Meu problema são os caras que querem dinamitar as instituições e acabar com a democracia."

Filho de um cientista político e de uma historiadora, Dinho, que define sua orientação política como de centro-esquerda, ainda discutiu em entrevista a este jornal seu arrependimento de ter apoiado a Lava Jato e Sergio Moro e por que Marina Silva, que acaba de se lançar candidata a deputada federal por São Paulo, terá seu voto em outubro.

Para a celebração de 40 anos do Capital Inicial, o grupo lança cinco músicas inéditas, além de um disco e um DVD com regravações de clássicos ao lado de figuras que acompanharam tanto o passado quanto o presente de sua trajetória, como Pitty e Marina Sena.

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