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'Hold Me Closer' prova que Britney Spears vai dar a volta por cima

Após anos afastada da música, sofrendo nas mãos da família, princesinha do pop faz retorno dançante com Elton John

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Elton John é uma figura que não precisa ser apresentada a públicos mais jovens. Seu legado musical é forte o suficiente para atravessar gerações sem esforço. Mesmo assim, ele vem se reinventando. Fez até rap em seu último disco e recentemente modernizou dois de seus maiores clássicos —embaralhados a mais algumas faixas das antigas.

O primeiro foi "Rocketman", que virou "Cold Heart", com Dua Lipa e Pnau. O segundo chegou aos ouvidos dos fãs na madrugada desta sexta-feira (26). É uma versão dançante de "Tiny Dancer", batizada de "Hold Me Closer", em parceria com Britney Spears, e que ainda tem trechos de "The One" e "Don't Go Breaking My Heart".

Imagem promocional do single "Hold Me Closer", de Elton John e Britney Spears
Britney Spears, à esq., e Elton John, à dir., na infância, em imagem do single "Hold Me Closer" - Divulgação

É mais por Britney, no entanto, que o público esperava ansioso pelo lançamento. Esta é a primeira gravação da princesinha do pop desde a era "Glory", de 2016, que antecipou a escandalosa disputa judicial entre Britney e seu pai, apontado como seu tutor depois que ela sofreu um colapso público em 2008.

Ele tinha controle não só sobre as finanças dela, mas sobre sua carreira e vida pessoal. Fãs se mobilizaram nos últimos anos para pedir o fim da ordem judicial que restringia tudo o que Britney fazia e expuseram uma rotina de exploração de um pai que parecia mais preocupado com o dinheiro do que com a saúde da filha.

A situação fez com que Britney se afastasse dos palcos e das gravadoras, até que, em novembro do ano passado, uma juíza pôs fim à tutela, abrindo caminho para que a princesinha se casasse, rompesse com os irmãos e a mãe e, enfim, preparasse seu tão aguardado retorno à música.

"Hold Me Closer" é só o primeiro passo do que promete ser um dos maiores "comebacks" da história do pop —assim esperam os fãs de uma diva que enfileirou hits icônicos nas últimas duas décadas, de "Oops!... I Did It Again" a "Toxic", de "I'm a Slave 4 U" a "Gimme More".

A nova faixa tem tudo para ser mais um ponto alto na carreira de Britney, com a pegada dançante que lhe é característica com a aura "good vibes" que replica a persona que ela criou para si nas redes sociais. É um lançamento bem simbólico para sua carreira.

A regravação faz bom uso do belo refrão de "Tiny Dancer", mas ganha vida própria sem se preocupar em ser totalmente fiel ao hit de 1972 e tem potencial de replicar o sucesso avassalador de "Cold Heart".

A letra fala de "noites bêbadas em hotéis escuros" e de frustrações no sexo e no amor, mas é rápida ao intervir com o refrão reconfortante de "Tiny Dancer". A escolha dos trechos, originados em canções antigas do britânico, tem seu simbolismo.

Mas Elton John, dentro de sua folclórica vaidade e de sua complexa trilha sonora, sabe que a protagonista desse show é "Britney, bitch". Ele faz com ela o que fez com vários artistas em "The Lockdown Sessions", disco em que estendeu a mão aos mais jovens.

No caso de Britney, já veterana, a ajuda ganha mais força. Estamos, afinal, falando de um astro que já passou, ele próprio, por reabilitações, polêmicas, discussões com os pais e uma conturbada vida pessoal, de forma semelhante às provações que a diva pop enfrentou na última década.

É emblemática, aliás, a escolha do título da nova canção, "me segure perto". Era disso que a princesinha precisava, do apoio que seus fãs mostraram à exaustão nos últimos anos e que Elton John formaliza agora.

"Hold Me Closer" dá aos seguidores de Britney a esperança de que, assim como o britânico, ela terá sua grande volta por cima e que vai, enfim, encontrar a paz que tanto merece. É, além disso, uma delícia ouvir toda a sua potência combinada à de Elton John.

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