Descrição de chapéu Rock in Rio

Offspring no Rock in Rio 'xinga' o público e anima trintões com nostalgia punk

Grupo americano levou ao festival seu novo disco, um retrato de tempos difíceis, da pandemia à ascensão da extrema direita

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Rio de Janeiro

O Offspring fez o público do Rock in Rio pular num show nostálgico e em alta velocidade no palco Mundo, o principal do festival. A banda americana foi uma das atrações desta quinta-feira (8) encabeçada pelo Guns N' Roses.

Mestres do punk rock e precursores do pop punk, a banda reuniu um dos grandes públicos desta edição do festival. O Offspring tocou no Rock in Rio em 2013, no palco Sunset, e depois em 2017, já no palco principal, o que dá a entender que seu apelo só vem crescendo ao longo dos anos.

Dexter Holland, vocalista da banda 'The Offspring', durante show no Rock in Rio 2012
Dexter Holland, vocalista da banda 'The Offspring', durante show no Rock in Rio 2012 - Leonardo Soares/Folhapress

O show começou com "Staring at the Sun", faixa de "Americana", disco mais conhecido do Offspring, de 1998, e teve também "Come Out and Play" e "Want You Bad". Eles saudaram a plateia antes de puxar duas músicas mais recentes, "The Opioid Diaries" e "Behind Your Walls", ambas de "Let the Bad Times Roll", álbum que a banda lançou no ano passado.

O disco é um retrato de tempos difíceis, da pandemia aos distúrbios políticos e ameaças à democracia ao redor do mundo, nas palavras dos próprios cantores.

A dobradinha foi o momento mais morno do show, que foi quase todo animado, com a plateia acendendo sinalizadores e pulando até nos espaços mais distantes do palco.

O vocalista Dexter Holland e o guitarrista Noodles ficaram impressionados com o tamanho da plateia. Eles também brincaram, mandando o público se ferrar, bem no estilo de humor autodepreciativo da banda. Noodles foi quem gritou "vai se foder, Rock in Rio", o que evidentemente não era um xingamento.

Além de Holland e Noodles, líderes da banda, o Offspring tocou no Rock in Rio com o baixista Todd Morse e o baterista Josh Freeze, veterano instrumentista do rock americano. Este último substitui Pete Parada, demitido da banda no ano passado após se recusar a tomar vacina contra a Covid-19.

Freeze manteve a pegada nas baquetas do Offspring, cujo punk acelerado pode passear pelo hardcore ou até pelo hard rock. Apesar das músicas velozes e guitarras sujas, o que comoveu os fãs brasileiros foram as faixas mais pop e balançadas, que fizeram dos americanos um sucesso nas FMs ao redor do mundo no começo dos anos 2000.

Desta fase, a banda tocou "Why Don't You Get a Job", "(Can't Get My) Head Around You", "Pretty Fly (For a White Guy)", "The Kids Aren't Alright", "You're Gonna Go Far, Kid" e "Self Esteem", todas concentradas na parte final, quando a animação do público explodiu, batendo palmas com os braços para cima.

Foi um show animado, ainda que calcado na nostalgia de quem tem por volta da idade dos integrantes da banda, entre 30 e 40 anos. Podia ser ainda mais intenso se o Offspring tocasse na sexta-feira (9), dia encabeçado pelos contemporâneos de punk do Green Day.

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