Veja como Georges Seurat renovou o impressionismo com pontos, cores e luz

Coleção Folha traz artista de vanguarda que buscava libertar a pintura da tirania da impressão

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São Paulo

Georges Seurat queria libertar a pintura da tirania da impressão. A partir dessa vontade, ele conseguiu criar um novo impressionismo, corrigido pela ciência da cor e batizado inicialmente de "divisionismo" antes de ganhar o nome de neoimpressionismo. Esse processo, que o consagrou como mestre do pontilhismo, está agora no 24º volume da Coleção Folha Grandes Pintores.

Foi contra a vontade de Monet, Renoir, Sisley e Caillebotte que Seurat participou, em maio de 1886, da oitiva e última exposição impressionista. Sua tela "Um Domingo em La Grande Jatte", no entanto, na qual trabalhou por um período de dois anos, se tornou o destaque da mostra.

Pintura em pontilhismo Uma Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte".
"Uma Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte", de Georges Seurat - Domínio Público

Ao mesmo tempo em que foi elogiada por parte da crítica por seu "efeito preciso e surpreendente a qualquer distância", muitos zombaram da pintura "enorme e detestável, na qual "a estrutura humana torna-se dura e rude". A pintura, segundo Van Gogh, conferiu a Seurat um momento de glória, tornando-o "líder do Pequeno Bulevar", ou seja, o mestre das vanguardas.

É por meio desta tela, como mostra a Coleção, que o pintor desafiou o estilo impressionista – pautado nas flutuações da cor e da luz – com figuras rígidas e formais. Estabeleceu, desse modo, a base do neoimpressionismo, que consiste em não misturar cores puras na paleta, mas sobrepor sistematicamente cada uma na forma de pontos ou pequenos toques.

Ao contrário desse trabalho e de outros de grande formato, as paisagens marítimas do artista, nas quais se dedicava durante o verão, foram aclamadas por unanimidade. No capítulo "Paisagens e Marinas", a publicação analisa algumas delas, como "O Farol de Honfleur", de 1886, e "Port-en-Bessin", de 1888.

"Eles veem poesia no que eu faço. Não, eu aplico meu método e pronto", declarou o pintor para o artista Charles Angrand. E, de fato, mesmo após sua morte repentina em razão de uma amigdalite infecciosa, em 1891, Signac continuou influenciando escolas e artistas.

De Severini a Paul Klee, passando por Malevitch, Mondrian, Kandinsky e até Picasso, muitos se inspiraram no neoimpressionismo ou pegaram emprestado pelo menos alguns dos seus princípios.

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